Inveja mata, em doses homeopáticas, quem a alimenta. O invejoso é, simultaneamente, vítima e algoz. O sentimento internalizado faz de sua vida um tormento, uma mixórdia. E isso respinga em quem está por perto. Em sua mente doentia, todos são felizes em tempo integral, todo mundo é bem sucedido, livre de angústias, preocupações, exceto ele, claro! O invejoso idealiza a vida alheia. É como se fosse o paraíso prometido do qual ele, pobre vítima, fora injustamente excluído. As idéias cristalizam-se e parece que o mundo lhe deve algo. O invejoso mata simbolicamente ou de fato. Destrói a crença alheia na amizade, no companheirismo, na camaradagem, no respeito, na solidariedade. Mata, fisicamente, a fim de atingir o objeto para o qual canaliza suas frustrações. Atira pela janela. Segue, sentindo-se vivo, vingado. Pobre diabo, não passa de um rascunho, uma alma destroçada. Mas ainda não sabe. Inveja é doença. Não existem pílulas para combatê-la. O antídoto? Auto-estima.
Nota do Editor: Sayonara Lino é jornalista, com especialização em Estudos Literários pela Universidade Federal de Juiz de Fora e atualmente finaliza nova especialização em Televisão, Cinema e Mídias Digitais, pela mesma instituição. É colunista do Literário e também do Sorocult.com.
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