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Meio Ambiente
28/09/2008 - 10h01
Urna eletrônica preserva o meio ambiente
Beatriz Arcoverde - Rádio Nacional (ABr)
 

O uso das urnas de eletrônicas nos últimos 12 anos gerou um ganho ambiental considerável. De acordo com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), desde a implantação do sistema eletrônico de votação, em 1996, até o último pleito - realizado em 27 de outubro de 2006, 820,8 milhões de cidadãos votaram por meio desse sistema, o que ajudou a preservar 18.720 árvores ou uma floresta de 112 mil metros quadrados. Nestas eleições serão economizados 148,2 mil quilos de papel, poupando 2.965 árvores.

O processo eletrônico garantiu, em dez anos, a manutenção de vegetação nativa em área que corresponde a 11 campos de futebol, ao evitar o corte de árvores e ao deixar de usar 505,44 milhões de litros de água na produção do papel, que até 1996 era utilizado para produzir as cédulas. Este volume de água é suficiente para abastecer uma cidade de 100 mil habitantes por um mês. A economia ambiental – que representa a manutenção de florestas e de ecossistemas - é uma conseqüência inesperada, um benefício extra ao meio ambiente, gerado a partir da intenção da Justiça Eleitoral de agilizar o processo de votação e de apuração.

Os números são grandiosos, como o país, que está usando a informatização a favor do cidadão e no processo de fortalecimento da democracia. Para o secretário de Tecnologia da Informação do TSE, Giuseppe Janino, todas as decisões do TSE têm grande repercussão, pois dizem respeito a 130 milhões de eleitores.

“Há, certamente, grande preocupação. Primeiro em relação ao processo em si, em suas duas diretrizes: segurança e transparência, para que o eleitor tenha efetiva confiança de que a sua vontade expressa na urna eletrônica seja reconhecida. Por outro lado, buscamos a economicidade e também a preocupação com o meio ambiente. Prova disso é a própria implementação da automação do processo”.

De acordo com assessora de Comunicação Corporativa do TSE, Fernanda Quintanilha, as 57.262 urnas usadas em 1996 serão descartadas de forma ecologicamente correta. A corte aprovou a destinação dos equipamentos a partir de um estudo realizado pela Diretoria Geral do Tribunal, em conjunto com a Secretaria Geral de Informação.

Para isso, foram realizadas pesquisas em todos os itens do equipamento, avaliando o que poderia ser reciclado. Além das urnas, outros materiais serão reaproveitados, como 980,4 mil disquetes, 279 mil bobinas e 41.944 baterias. Atualmente, está sendo elaborado o edital de licitação para escolha da empresa que vai realizar a reciclagem de todo o lixo tecnológico.

Mas o ganho ambiental se amplia com a economia de papel em cada pleito. Agora, o TSE está modificando o sistema da folha de votação. Assim, não será impresso um novo caderno para identificação do eleitor nos municípios que terão segundo turno. Ao invés disso, a mesma lista será reutilizada. “Nós fizemos uma adaptação, agora só há necessidade de imprimir um caderno. Com isso nós economizamos em torno de 90 toneladas de papel.” informa Giuseppe Janino.

Nas eleições deste ano, 130 milhões de eleitores devem votar em urnas eletrônicas. Ao considerarmos que todos usem este sistema, serão economizados 148,2 mil quilos de papel, que, para serem fabricados, utilizariam 80 milhões de litros de água e 2.965 árvores. Segundo especialistas do setor gráfico, para a produção de um quilo de papel são necessários 540 litros de água. E para obtenção de cada 50 quilos deste material, uma árvore precisa ser derrubada.

Os resultados desse processo de automação têm o respaldo da sociedade civil. Para a presidente da Organização Não Governamental Amigos do Futuro, Rejane Pieretti, este é um grande exemplo para toda a administração pública, que ao substituir o papel por meios eletrônicos mais modernos, pode somar ações positivas na luta pela preservação do meio ambiente e de todo o planeta, com risco iminente de enfrentar o aquecimento global nos próximos 50 anos.

O TSE garante que está preparado para que todos votem em urnas eletrônicas. Mesmo assim, serão impressas 7,5 milhões de cédulas de papel, sem identificação do pleito deste ano de forma que possam ser reutilizadas nas próximas eleições. A estimativa do TSE é de que sejam usadas apenas 0,07% de cédulas de papel. Afinal, 460 mil urnas eletrônicas serão utilizadas, 10 % deste número ficam de reserva para serem substituídas caso algum equipamento apresente defeito.

Para o futuro, o TSE já prevê o voto biométrico, que será testado em três municípios brasileiros – São João Batista, em Santa Catarina; Fátima do Sul, em Mato Grosso do Sul, e Colorado D’Oeste, em Rondônia. Baseado nestas experiências, o Tribunal irá traçar um plano para estender este tipo de voto para todo o País. A iniciativa, de acordo com o Secretário de Tecnologia da Informação do TSE, além de garantir segurança, transparência e economicidade vai beneficiar o meio ambiente. “Nós vamos chegar ao ponto em que a própria emissão do Título de Eleitor será dispensável”, afirma Giuseppe Janino.

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