Não jogue dinheiro, quer dizer, lixo fora; descubra e aproveite a riqueza do seu lixo
O óleo das fritas vira sabão; da garrafa de refrigerante surgem vassouras, varais, roupas e objetos decorativos; o papel se transforma em utensílios de cozinha; a roupa velha, uma colcha de retalhos; e o alumínio tem vida eterna no ciclo da reciclagem. Separar os materiais recicláveis dos não recicláveis, além de ser bom para a economia, é bom para o planeta. Uma parte do lixo doméstico ou empresarial pode ser reaproveitada, deixando de ser uma fonte de degradação para o meio ambiente e tornando-se uma solução econômica e social, passando a gerar lucros. No Brasil, que tem sido exemplo mundial na reciclagem de latinhas de alumínio, cooperativas de catadores geram salários que chegam a R$ 700,00. Reciclar é mais barato do que usar o minério bruto e também para produzir papel, plástico e vidro. Mas, se esses bons motivos ainda não são suficientes para você entrar nessa onda, aqui vão alguns mais alarmantes: · Os aterros já não dão conta das toneladas de lixo que produzimos diariamente. Cada pessoa gera cerca de 1 quilo por dia, no Brasil. Faça as contas... · Como conseqüência de toda essa poluição industrial, os rios e represas estão cada vez mais contaminados. E você precisa de água potável para viver. · Além de entupir canos, cada litro de óleo polui até 1 milhão de litros de água. Mas, a solução não é usar várias vezes o óleo na frigideira para diminuir a quantidade que você descarta. · Nas ruas sujas, ratos e insetos proliferam - o que favorece o surgimento de muitos tipos de doenças. Além de ser desagradável, provoca enchentes, cujo resultado você já viu na TV ou sentiu na pele, em alguma enchente ou problema de saúde. Como separar o seu lixo? O primeiro passo é não misturar o lixo úmido com o seco. Produtos tóxicos como pilhas e baterias também não podem se misturar ao lixo comum. Lojas de eletrônicos e talvez a empresa onde você trabalha podem cuidar delas para você. O lixo seco deve ser separado por tipo: papel, papelão, plástico, vidro, metal. Parte do lixo orgânico da cozinha pode ser aproveitada. Talos e cascas de frutas e verduras rendem deliciosas receitas nutritivas e econômicas, como as divulgadas pelo Sesi - Serviço Social da Indústria, além dos produtos a partir do óleo. Um alerta: nem pense em guardar a frigideira com óleo usado dentro do forno para reaproveitar na próxima porção de fritas. Há riscos de contaminação alimentar! Mas, como ninguém é de ferro, a melhor forma de dar um destino àquela gordura que ficou na frigideira é descartando-a em uma garrafa de plástico (de refrigerante ou água). Faça isso com o óleo frio e com o auxílio de um funil e uma peneira. Quem quer um lixo? Todo o trabalho de selecionar o lixo será em vão se o caminhão comum apanhá-lo para triturar junto com o lixo do seu bairro. Se artesanato está fora de cogitação, doe para quem faz esse tipo de serviço. Seja caprichoso e lave os vidros, latas, garrafas e embalagens antes que os resíduos endureçam. Você não ia querer mexer com leite azedo. As soluções exigem esforços coletivos, que começam em casa e continuam na comunidade. Algumas prefeituras e associações comunitárias têm criado programas de coleta seletiva e cooperativas de catadores. Informe-se em sua prefeitura sobre os dias em que passa o caminhão da coleta seletiva e pontos de coleta em supermercados e ONGs. Se o serviço não existe em seu bairro, que tal sugerir uma campanha com os vizinhos e conseguir caçambas de lixo junto à prefeitura? As escolas da região podem promover campanhas e coletar itens recicláveis para reverter o dinheiro da venda em material escolar ou equipamentos. A solução que a escola adventista na região Sul de São Paulo encontrou para dar um destino ao óleo de cozinha, é transformar a foi transformar as unidades em postos de coleta e aproveitar as aulas de química e biologia para ensinar a garotada a fazer sabão. Algumas unidades arrecadaram PET e papel, que foram doados para a ONG Amigos do Meio Ambiente. Os comerciantes podem abrir postos de coleta seletiva e patrocinar campanhas de incentivo e conscientização. Se a sua prefeitura não se preocupa com o meio ambiente, ou se você identificou alguma indústria que deposita produtos químicos ou entulho nos córregos ou terrenos abandonados, você pode reclamar com o promotor público ou a polícia local. Os políticos podem fazer leis de proteção, se você pedir. É pra isso que serve o seu voto. Sete eco atitudes para você adotar 1. Participe de movimentos pela proteção do meio ambiente e pela defesa do consumidor; 2. Pesquise e não compre produtos das fábricas poluidoras ou que desperdiçam recursos; 3. Procure produtos biodegradáveis e ecologicamente corretos sempre que possível; 4. Mude alguns hábitos de consumo: leve sua própria sacola para as compras; 5. Recicle os itens que seriam dispensados, aumentando sua vida útil em outros usos; 6. Doe o que não tiver interesse - alguém pode reciclar ou reutilizar em seu lugar; 7. Nunca jogue lixo no chão. Leve um saco em sua bolsa e guarde até achar lixeira.
|