A medicina estética não dispensa o uso da ciência em benefício próprio. Desta vez, até a corrida espacial colaborou para reduzir desconfortos estéticos, em especial a flacidez muscular. Isto porque, durante a Guerra Fria, astronautas russos passavam meses na ausência de gravidade, o que provocou grave atrofia muscular, impedindo-os, inclusive, de firmar as pernas no chão. Isto fez com que um professor de medicina esportiva, Yakov Kots, inventasse, em 1974, um aparelho capaz de recuperar a firmeza dos músculos: a Estimulação Russa, hoje utilizada em clínicas para estimular o enrijecimento e reduzir medidas. Segunda a Drª Maria Cristina Belotti, pós-graduada em Medicina Estética e uma das sócias da Córporis Estética Médica, o aparelho é um sistema computadorizado que emite impulsos elétricos aos músculos, trabalhando fibras brancas e vermelhas, responsáveis pela firmeza e sustentação do corpo. "É importante não confundir o método com ginástica passiva, pois o paciente participa ativamente do processo", lembra a especialista. As ondas elétricas não causam dor e provocam um tremor constante, alternado a cada 10 segundos durante a sessão. Os resultados da Estimulação Russa são mais eficientes que exercícios físicos convencionais. De acordo com a Drª Cristina, os efeitos são mais rápidos e visíveis que a musculação. "Quem passa dos 30 anos, em geral tem dificuldades para definir o corpo com exercícios, devido à atrofia muscular natural. Desta forma, o tratamento é uma boa alternativa para quem não se dispõe a freqüentar uma academia várias horas por dia", afirma. As aplicações do tratamento abrangem pernas, glúteos, braços e até face e pescoço. Em alguns casos, não só a estética, mas também a terapia medicinal utiliza a Estimulação Russa para tratar hérnia de disco, lesões, derrames e osteoporose. Pacientes que usam marca-passo, pinos ou próteses são contra-indicados, devido às cargas elétricas emitidas pelo aparelho. A médica recomenda que durante o tratamento o paciente pratique atividades aeróbicas como caminhada e ginástica. "Na medida em que os músculos são contraídos, é importante trabalhar também o condicionamento cardiorespiratório, que corresponderia ao esforço de exercícios comuns", lembra. Se feita por um profissional especializado, a Estimulação Russa não oferece riscos de lesões. Para tanto, somente médicos ou especialistas com treinamento adequado possuem indicação para aplicar o tratamento. "Quem manipula o aparelho deve conhecer a anatomia dos músculos, a fim de não provocar danos físicos ao paciente", explica a Drª Maria Cristina.
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