Você sabe se os pneus de seu carro estão dentro da validade? Alguns devem estar se perguntando: Como assim validade? Pois é! Após um período de uso, que varia entre cinco e dez anos ocorre um processo de degradação do pneu que pode representar riscos para os ocupantes do veículo. "Após esse período não é recomendada a utilização, pois ocorre o ressecamento da borracha, com perda da flexibilidade, micro-rachaduras e tendência a estouro", afirma o gerente de produto carro da Pirelli, Fábio Lopes. Quando o pneu apresentar rachadura é um sinal do processo de envelhecimento adiantado, segundo o gerente de marketing de produtos para pneus de passeio e caminhonetes da Michelin do Brasil, Flávio Santana. "Após dez anos não recomendamos mais a utilização do pneu, independentemente do estado que se apresente", completa Santana. Nesse momento você pode estar se perguntando: como posso saber a idade dos pneus do meu carro? A data de fabricação está marcada na lateral, tecnicamente conhecida como flanco, normalmente após a inicial DOT. Seguido dessas três letras vêm quatro números. Os dois primeiros representam a semana e os últimos, o ano da fabricação. Assim, o pneu com o código DOT 0108 foi fabricado na primeira semana de 2008. Outra marca que deve ser verificada fica na banda de rodagem e aponta o desgaste. Segundo nossa legislação a profundidade da área que fica em contato com o solo não pode ser inferior a 1,6 mm. Quem andar com o pneu careca corre o risco de ter o carro apreendido. "O uso do pneu abaixo do limite de segurança não implica em riscos apenas em pista molhada. O aumento da propensão de derrapagens laterais e do espaço necessário para a frenagem ocorre mesmo em pista seca", afirma o presidente da Associação Nacional da Indústria de Pneumáticos (ANIP), Eugenio Deliberato. "Também crescem as chances de estouro quando os pneus estão fora das condições necessárias", completa Deliberato. Assim, para que seus pneus tenham uma longa vida útil é importante manter a manutenção em dia. "A durabilidade do pneu dependerá de sua manutenção e uso dentro das condições recomendada pelo fabricante do veículo e do pneu", reforça o gerente geral de engenharia de vendas Brasil da Bridgestone Firestone, José Carlos Quadrelli. "Alguns procedimentos de manutenção devem ser feitos com periodicidade, como a calibragem, alinhamento, balanceamento e o rodízio. O problema é que com a correria do dia-a-dia, as pessoas esquecem de checar a quilometragem do carro. Assim, o site Oficina e Cia (www.oficinaecia.com.br), por meio de seu programa de manutenção preventiva (SIGA), avisa por e-mail os proprietários de veículos que se cadastram gratuitamente, quando determinada manutenção deve ser feita, incluindo os pneus e demais itens de segurança", afirma o diretor do portal Antonio Carlos Lopes. Segundo os fabricantes, os pneus devem ser calibrados semanalmente. Rodar com a pressão incorreta pode trazer problemas e prejuízos. Quando abaixo do indicado, o consumo de combustível é maior e a carcaça e recapagens podem ser danificadas. Agora, com a alta pressão, aumenta a quebra das carcaças causadas pelo impacto. Dados da Alapa, Associação Latino-Americana de Pneus e Aros, mostram que pneus calibrados conforme indicação do manual dos proprietários rodam cerca de 30% a mais. O rodízio é a troca de posicionamento dos pneus para que o desgaste seja igualitário nas quatro posições. Ele deve ser feito a cada 5 mil km para pneus diagonais e 8 mil para radiais. O alinhamento e balanceamento é recomendado a cada 10 mil km ou com a ocorrência de vibrações e troca do pneu. Outra dica importante é sempre usar pneus de acordo com as dimensões recomendadas pelo fabricante. Para identificar as medidas é só olhar o flanco. Nele dois números separados por uma barra indicam a largura e altura, uma letra é o tipo e o número seguinte o aro da roda. Assim, um pneu 175/50 R13 tem 175 mm de largura, 50 mm de altura é radial e veste rodas de aro 13. Quando a letra for D, ele é diagonal. Os fabricantes garantem os pneus por até cinco anos da data da compra, mas se ele ficar muito tempo parado, acaba inutilizado. "Eles perdem a funcionalidade após cinco anos sem uso devido ao envelhecimento da borracha, que perde suas características físico-químicas", finaliza Fábio Lopes.
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