Para Jorge Miguel dos Santos, assessor da FRESP - Federação das Empresas de Transportes de Passageiros por Fretamento do Estado de São Paulo e diretor executivo do TRANSFRETUR - Sindicato das Empresas de Transportes de Passageiros e Turismo de São Paulo, para evitar que a situação do trânsito e do transporte público se agrave ainda mais, a população deve fazer uso do transporte por fretamento. A modalidade já é utilizada por mais de 560 mil pessoas por dia. Não há necessidade de muito esforço para ver que o trânsito de São Paulo caminha para o caos. Basta ler as propostas exóticas para o rodízio de carros na cidade. A Grande São Paulo conta hoje com 7,4 milhões de veículos para uma população de cerca de 17 milhões de pessoas. Cada vez mais aumenta o número dos carros de passeio em circulação nos dias úteis e conseqüentemente o congestionamento, que antes, era apenas em dias chuvosos ou próximos de feriados e agora já é rotina na vida dos paulistas e paulistanos. Segundo dados da CET - Companhia de Engenharia de Tráfego, só na cidade de São Paulo circulam diariamente 15 mil ônibus públicos, mas é visível que o número não é suficiente para transportar com comodidade todos os passageiros, pois o que vemos são pontos superlotados e pessoas correndo para não perder o ’aperto’ do dia e ficar uma hora esperando até que o próximo venha também lotado. Ainda contamos com o Metrô, cada vez mais superlotado, sem apresentar condições de embarque e até circulação interna. Essas situações fazem com que os proprietários dos carros, mesmo com a alta do combustível, optem pelo transporte individual e retirem seus carros da garagem em busca de conforto e praticidade, mas infelizmente ficam parados por horas a fio no trânsito. Para Jorge Miguel dos Santos a prova do caos do transporte nas vias públicas está diante de nossos olhos, quando explica: "A situação já está tão critica que já foi cogitado até a ampliação do rodízio municipal de veículos; a criação de pedágios para restringir o acesso à cidade. E ainda foi contabilizado recentemente o aumento de 1 (um) quilômetro de congestionamento na rodovia Raposo Tavares, a cada seis meses. As avenidas estão superlotadas de carros e motos, a qualquer hora que olhamos para as vias é trânsito, pessoas descontentes e nervosas e nada mais." "Falamos da cidade de São Paulo, um dos principais pólos econômicos e financeiros do Brasil, que está prestes a entrar em colapso devido à a falta de cultura do transporte coletivo em detrimento do individual. A situação se agrava mais com a proximidade das festas de fim de ano", desabafa Jorge Miguel, formado em economia e consultor em logística no transporte de pessoas e de cargas. Certo de que o transporte público não atende mais as necessidades da cidade, Santos acredita que a saída seja a utilização em larga escala do fretamento. "Não há saída, se as pessoas não se conscientizarem e deixarem seus veículos em casa e usar ônibus de fretamento; e se em 5 anos não forem criados pedágios para entrar na cidade teremos um colapso." Para ele, o uso do fretamento melhoraria substancialmente a situação, mas cabe ao cidadão a escolha por esse tipo de transporte e contribuir com fluidez e escoamento do trânsito. "Acredito que a conscientização parte da própria população, pois a modalidade já transporta mais de 560 mil passageiros por dia", e elucida: "Se fossem formados grupos de pessoas ou amigos, que partem da mesma região da cidade, com destino aos centros comerciais e empresariais optassem pelo fretamento, teríamos muitos carros retirados das ruas", finaliza.
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