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Meio Ambiente
18/09/2007 - 15h08
TI Verde: o que uma pessoa comum pode fazer?
Celso Poderoso
 

Não resta dúvida a ninguém que todos temos um compromisso com a preservação do planeta. Mas como a área de TI (Tecnologia da Informação) pode contribuir para isso, pode ser novidade para muita gente. O lugar comum da discussão é a emissão dos gases poluentes, em especial a queima de combustíveis fósseis, como o carvão e o petróleo. É sabido que a questão da sustentabilidade está relacionada, além do ar, à questão da água e da terra.

Mas onde a TI entra nessa história? Simples: segundo o instituto Gartner, o setor de TI é responsável por 2% das emissões globais de dióxido de carbono (CO2). O IDC indica que no Brasil, somente em 2006, foram vendidos 6 milhões de computadores de mesa. Some-se o número de laptops, mp3 players, roteadores, switches e demais equipamentos de uso pessoal e/ou profissional e teremos um grande agente que pode potencialmente poluir o nosso planeta de duas maneiras: produção e uso dos equipamentos.

Uma das formas de poluição está relacionada ao que se faz com os equipamentos obsoletos. Além da maior parte dos equipamentos ter plástico em sua composição, há substâncias tóxicas como chumbo e mercúrio que são utilizadas nos componentes computacionais. A produção de computadores utiliza combustíveis fósseis e água, muita água. Tratados de maneira irregular, estas substâncias podem poluir lençóis freáticos e o solo.

Uma solução que se tem colocado em pauta é a incineração dos componentes. Porém, isso ajudaria a aquecer ainda mais o planeta, além de liberar gases poluentes na atmosfera. Ou seja, deixaríamos de poluir a água e a terra e passaríamos a poluir o ar.

Na Europa existem decretos específicos que tratam da limitação do uso de materiais pesados e os cuidados com lixo eletrônico. Nos EUA há uma indicação para que as compras governamentais de produtos eletrônicos obedeçam ao padrão da Epeat (Eletronic Product Environmental Assessment Tool, ou "ferramenta de avaliação ambiental para produtos eletrônicos"). No Brasil ainda não existe nada similar.

Na questão do uso, a IBM estima que um data center atualmente consome o dobro de energia do que consumia há cinco anos. Há uma previsão da própria IBM de que o número de servidores crescerá seis vezes em dez anos e os dispositivos de armazenamento terão um crescimento de 69 vezes no mesmo período. A crescente utilização de computadores nas empresas e nas residências contribui para o aumento generalizado do consumo de energia elétrica.

Existe uma tendência para que as empresas que adotarem o compromisso com a TI Verde tenham preferência em processos de compra. Isso é o que demonstra uma pesquisa divulgada recentemente pelo IDC. Entre 854 profissionais de TI, cerca de 30% acham importante que as empresas tenham esta preocupação e cerca de 27% disseram que gostariam de ver como seus fornecedores estão orientados neste sentido.

Por enquanto, o que as empresas prestadoras de serviço procuram fazer é demonstrar esta preocupação. A IBM, por exemplo, faz uma análise da eficiência energética, estabelecimento de métricas e estratégia de consolidação na implantação de data centers. É pouco, mas já é um começo.

Claro que nem tudo deve ser seguido sem a adequada comprovação científica. Recentemente, circulou uma informação pela Internet que o uso de sites pretos economizaria energia elétrica. Chegou-se até a divulgar que haveria (e de fato há) sites Google "black". Esta pretensa economia de energia já foi descartada e os estudos mostram que as cores escuras tendem a consumir mais energia do que as cores claras.

Desta forma, do ponto de vista do usuário, a responsabilidade deve incluir a utilização racional dos equipamentos computacionais. Isso inclui a possível substituição dos monitores de CRT pelos de LCD devido à eficiência do uso de energia elétrica, própria desses equipamentos, além de desligar os monitores e computadores sempre que eles não estiverem em uso. Procure comprar produtos de fornecedores que tenham esta mesma preocupação. Afinal, todos somos responsáveis pelo nosso planeta.


Nota do Editor: Celso Henrique Poderoso de Oliveira é coordenador dos Cursos Superiores de Tecnologia da FIAP - Faculdade de Informática e Administração Paulista. Economista, especialista em Sistemas de Informação e mestre em Tecnologia pelo CEETEPS (Centro Paula Souza). Consultor de informática em Qualidade de Software e Banco de Dados. Autor dos guias de referência de Oracle PL/SQL e do livro SQL Curso Prático; todos publicados pela Editora Novatec.

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