A conservação do planeta e o desenvolvimento sustentável da sociedade são questões que rondam não só o dia-a-dia das pessoas engajadas com as causas ambientais e sociais. Elas são preocupações também do mundo corporativo, principalmente da indústria financeira que tem papel fundamental no financiamento de empresas e na concessão de crédito para pessoas físicas. O assunto foi tema destacado em palestra do C4 - Congresso de Cartões e Crédito ao Consumidor. Álvaro de Souza, presidente do conselho diretor do WWF Brasil e vice-presidente do Citibank, diz que a responsabilidade social faz parte do mundo empresarial há décadas. "Essa conscientização começou com o desenvolvimento de projetos voltados à assistência social de funcionários através de creches para os filhos, passou por cursos profissionalizantes para seus colaboradores e chegou à preservação de recursos naturais". De acordo com Souza, a indústria financeira tem papel fundamental no cenário socioambiental, pois são vistas como instituições de ativos multiplicadores, pois trabalham com dois agentes importantes quando o assunto é responsabilidade social: clientes finais e empresas. "Neste sentido, é importante conceder crédito com responsabilidade para as duas pontas do negócio", destaca. Também para Aron Belinky, consultor em responsabilidade da EcoPress, as instituições financeiras são peças-chave no processo da sustentabilidade na medida em que promovem o consumo com crédito consciente. "A industria não pode financiar a baixa renda sem responsabilidade, caso contrário, estaria financiando uma grande margem de inadimplentes", destaca. A responsabilidade no processo de concessão de crédito para pessoas físicas ou jurídicas foi assunto abordado por Carlos Nomoto, superintendente de desenvolvimento sustentável do ABN Amro. Ele diz que o banco é altamente engajado neste processo, seja com agências construídas através de um modelo sustentável ou por critérios rigorosos ao conceder recursos para projetos não alinhados com políticas socioambientais. "Cartões de crédito feitos com plástico biodegradável ou que revertam renda a entidades sociais são bons exemplos de iniciativas de responsabilidade social. Estas ações são bem-vindas, porém não bastam para promover o desenvolvimento sustentado. É um trabalho que deve ser feito por todos hoje, pensando na geração atual e nas futuras", conclui.
|