Relatório publicado pela FAO (Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação) aponta que, entre 2000 e 2005, o planeta perdeu 7,3 milhões de hectares de florestas. E o Brasil é o país que, isoladamente, mais destrói florestas em todo o mundo. É vergonhoso constatar que são ilegais 80% da madeira extraída da Amazônia. Portanto, para tentarmos reverter esse quadro, um bom começo é cada um fazer a sua parte, por pouco que isso possa parecer. No final, o resultado alcançado fará a diferença. Não tenha dúvida disso. O que não pode acontecer é nos confortarmos à idéia de que nada podemos fazer para combater o desmatamento desenfreado. Podemos! Basta, por exemplo, repensar o ato de consumir. Quando você for comprar um novo mobiliário - seja para a sua casa ou para o seu escritório - não deixe de averiguar se o produto recebeu o Selo Verde - um certificado de qualidade para exploração sustentável de florestas, emitido pelo Conselho Brasileiro de Manejo Florestal. Ou seja, verifique se é produzido com madeira ecologicamente correta. O fabricante do móvel deve saber se o seu fornecedor utilizou matéria-prima com a devida licença para ser explorada, se esta é fruto de reflorestamento ou se vem de produtores que grilam terras (tomam posse da terra alheia com falsas escrituras de propriedade), fazem corte ilegal e até usam trabalho escravo, entre tantas outras irregularidades. Assim, a conscientização deve também existir por parte do setor moveleiro. A compra de madeira certificada é uma forma de ajudar a preservar a Amazônia, responsabilidade da qual nenhuma indústria deve se eximir. O Selo Verde emite dois tipos de certificação, uma delas envolvendo a origem da madeira. Nos últimos dois anos, a área de florestas certificadas evoluiu bastante. Cresceu 147%. É uma boa notícia. Não sem motivo o Brasil aparece como o líder mundial em número de certificações onde há rastreabilidade da matéria-prima. O desmatamento caiu pela metade, de 2,6 milhões de hectares/ano para algo em torno de 1,3 milhão de hectares. Ainda assim, o país aparece como o maior devastador de florestas. Infelizmente, o ritmo de combate ao desmatamento ainda é muito lento para o tamanho do estrago que já foi feito nas últimas décadas. Incompreensivelmente, faltam campanhas de conscientização, ação mais dura dos órgãos competentes com a exploração ilegal de madeira e agilidade da Justiça para punir. Nota do Editor: Donizetti Pontim é presidente da Intelligent Table, empresa especializada na produção de mobiliário corporativo.
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