A poupança voltará a ser atrativa para quem aplica pouco. Mas piora para os mutuários do SFH com contrato de financiamento corrigido pela TR. A PRO TESTE avalia que as mudanças divulgadas pelo Conselho Monetário Nacional, que aproximará o rendimento da caderneta de poupança ao rendimento médio de outras aplicações como fundos de renda fixa DI, CDBs, só terão reflexo para o consumidor a médio prazo. Os efeitos aparecerão quando a Taxa Básica Financeira (TBF) ficar abaixo de 10,5% ao ano e atualmente está em 11,9%. Veja como o consumidor será afetado pelas mudanças: Caderneta de poupança Para quem tem pouco dinheiro e não consegue boa taxa nos fundos a poupança será uma boa opção. Haverá melhoria da competitividade das aplicações em poupança frente às outras aplicações porque a queda da TR vai ser segurada pelo governo, e por não haver cobrança de taxa de administração e imposto de renda como em outras aplicações. Isso reduzirá a perda de rendimento. A poupança rende 6% ao ano mais TR (8,05% ao ano considerando o mês de julho). A rentabilidade em si da poupança será afetada pela evolução da TR, mas com as quedas sucessivas da Selic (taxa básica de juros) é de se esperar queda na rentabilidade de todas as aplicações financeiras vinculadas à taxa básica da economia. Sem a mudança no valor dos redutores (quanto menor a TBF menor o redutor aplicado) a rentabilidade da poupança ficaria bem pior. Dinheiro das contas do FGTS O trabalhador brasileiro também tem um cenário de melhora, afinal tal mudança impede que o dinheiro depositado nessas contas tenha uma remuneração muito pior. A remuneração destes recursos do trabalhador já é, por si só, bem pequena. Tais contas rendem 3% ao ano mais TR (4,831% ao ano considerando o mês de julho). Financiamentos na Habitação Neste setor a PRO TESTE destaca dois efeitos provocados pela mudança anunciada. A situação vai piorar para os mutuários do SFH quem têm contratos de financiamento corrigido pela TR. Mas como há expectativa de que a poupança tenha a sua competitividade aumentada, frente a outras aplicações, o volume de aplicações deve aumentar, e logo, o dinheiro disponível para que o brasileiro compre sua casa pode aumentar também. Ou seja, o aumento no volume de recursos deve se refletir em melhores condições para o candidato a mutuário. Com a mudança que havia ocorrido em março os mutuários se beneficiariam de quedas na TR, afinal seus contratos de financiamento imobiliário são corrigidos pela TR. Porém, com a atual decisão, tais mutuários não vão mais sentir tão profundamente as quedas nos juros da economia (A Selic provocaria queda da TR), essa diminuição vai ser atenuada, ou seja, para estas pessoas, a situação piora. O que é o redutor Entenda o que é o redutor: é um componente que pode ser alterado pelo governo, conforme ocorreu duas vezes neste ano (a 1ª foi em março), esta nova mudança define tal valor para TBFs de 9 a 11%. Isso foi feito porque se o redutor usado quando a TBF ficasse abaixo dos 11% fosse o atual (0,32) nos depararíamos com TR negativa (a TR é de 0,1469 em julho). Já a TBF é a média da rentabilidade dos CDB/RDBs das instituições com maior volume de captação desses papéis. Com as quedas sucessivas da Selic (hoje em 11,5% ao ano), a PRO TESTE avalia que a TBF também cairá. Os efeitos serão sentidos quando ficar abaixo dos 10,5%.
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