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27/07/2004 - 09h06
Coca-Cola: um produto que vicia?
Marli Gonçalves
 
"Não há a menor dúvida de que a Coca-Cola usa folhas de coca", diz ex-executivo da multinacional.

Na madrugada da segunda-feira, 26, o Programa 100%Brasil, na Rede TV!, levou ao ar entrevista com Placídio José Mendes, ex-executivo da Coca-Cola que já foi responsável por "liberar" a entrada no país do Extrato Vegetal que jamais teve seu conteúdo analisado, embora há mais de 60 anos seja consumido por milhões de pessoas. Ele garantiu: A Coca-Cola usa, sim, derivados de folhas de coca no produto, o que é terminantemente proibido, por propiciar dependência física e psíquica.

Todo mundo conhece alguém "viciado" em Coca-Cola, que mais do que beber normalmente o produto como um refrigerante qualquer, não consegue passar sem ingeri-lo. Tem quem tome assim que se levanta, ao amanhecer, para "acordar", ou "para se manter acordado". A razão disso, dessa possível dependência, está para ser descoberta. Quem sintonizou a REDE TV! na madrugada deste domingo para segunda, por volta da meia noite e meia, deparou-se com um senhor franzino, magro e abatido, dando entrevista ao jornalista Marcos Barrero no programa 100%Brasil, e desvendando uma parte importante desse mistério.

E se parou para ouvir atentamente o que este senhor dizia, neste momento está estupefato, preocupado com o refrigerante que bebe e compra para sua família, e mais, deve estar se perguntando: onde está a Justiça Brasileira? A entrevista de Placídio José Mendes, hoje um perseguido, e durante muitos anos executivo financeiro da multinacional Coca-Cola, foi elucidativa e deverá ser encaminhada às autoridades competentes. Ele não só declarou ter certeza de que o Extrato Vegetal utilizado na Coca-Cola contém derivados de folhas de coca, como deu detalhes das inúmeras manobras que foram e são perpetradas para que o produto nunca fosse analisado no Brasil. Ele próprio, Placídio, foi durante anos o responsável pela importação "sem problemas" da famosa Mercadoria número 5, como é chamada essa parte da composição do refrigerante a lei brasileira, de 1938, proíbe terminantemente qualquer uso de substância tóxica).

E ele garantiu ainda: "O extrato vegetal líquido nunca foi analisado pelo Ministério da Agricultura, nem pelo da Saúde, nem pelas áreas de Comércio Exterior, nem pela Cacex. Há um leque de manobras políticas e estratégicas utilizadas para abafar esse assunto". Placídio enumerou casos, mostrou documentos e lembrou que, em 1980, a Cacex chegou a proibir a importação pela falta de respostas convincentes da Companhia. "Mas nada ia para frente. E se havia algum funcionário das instituições que criasse caso, ou ele ia para a rua, ou era transferido do setor imediatamente".

Citando estudos feitos por toxicologistas, incluindo o Dr Octávio Medeiros Brasil, que já dirigiu o Instituto de Criminalística da Polícia Federal, Placídio explicou ainda durante o programa porque o uso de derivados de folhas de coca é imperceptível em análises no produto final. "O refrigerante utiliza ácido fosfórico em sua diluição, o que homogeiniza e mascara a utilização dos alcalóides. É mentira também que se trata do segredo da fórmula, que se chama 7 X. É mais uma forma de escamotear o assunto".

Outros parlamentares deram depoimentos no programa apresentado na REDE TV!, que reprisou momentos da Audiência Pública na Câmara Federal, dia 3 de julho passado, e que foi paralisada abruptamente em manobras regimentais justamente quando se questionava o presidente da Coca-Cola no Brasil, Brian Smith, sobre se havia ou não derivados de folhas de coca no produto. Entre eles, Inocêncio de Oliveira (PFL/PE) e Severino Cavalcante (PP/PE), dois componentes da Mesa diretora da Câmara. Para eles, o assunto deve ser investigado até o fim e a análise, providenciada pelas autoridades competentes, no caso, o Instituto de Criminalística da Polícia Federal.

No início de maio foi aprovado - por unanimidade - o requerimento 1866 de autoria do deputado federal Renato Cozzolino (PSC/RJ) e que solicita que a análise do Extrato Vegetal seja realizada. Estranhamente, quase três meses depois o pedido ainda continua parado, esperando decisão do presidente da Câmara, João Paulo Cunha (PT/SP).

Esse assunto não é recente. Há anos vem à tona e é sufocado pelo lobby da multinacional que, no entanto, agora, terá que responder. "A Coca-Cola é igual à mulher de César. Deveria, ela mesmo, comprovar que é pura, para acabar com as dúvidas que sempre pairaram sobre esse assunto", cobrou o deputado Inocêncio de Oliveira na entrevista que foi ao ar durante o programa, que a multinacional vem tentando tirar do ar, e que tem trazido revelações surpreendentes sobre vários aspectos, da ação da companhia no Brasil.

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