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Meio Ambiente
26/09/2006 - 06h39
A arborização urbana e o uso de espécies nativas
Maria Salete Alves Rangel
 

A maioria da população mora em cidades, o que acarreta modificações ao sistema natural, como a impermeabilização do solo, pavimentação e construções, a utilização maciça de materiais como vidro, ferro, cerâmicas, a redução drástica da cobertura vegetal, aumento da poluição atmosférica, hídrica, visual e sonora. O processo de urbanização é irreversível, devendo-se buscar uma maneira de tornar este ambiente o mais próximo possível do ambiente natural, com a preservação ambiental proporcionando uma melhor qualidade de vida a população da cidade.

Arborizar uma cidade não significa apenas plantar árvores em ruas, jardins e praças, criar áreas verdes de recreação pública e proteger áreas verdes particulares. Além disso a arborização deve atingir objetivos de ornamentação, melhoria microclimática e diminuição da poluição. O programa de arborização deve estabelecer para cada rua ou padrão de rua, a espécie e o porte de árvore a utilizar, indicando se o plantio será de um ou ambos os lados; definir paisagisticamente se o plantio será regular, com uma única espécie ou intercalado com espécies diferentes a cada determinado número de quadras ou totalmente misto, dentro de padrões de porte consideráveis.

A escolha das espécies, é um fator de grande importância no planejamento da Arborização Urbana. Alguns aspectos relacionados com as características das espécies a serem usadas devem ser observados:

- A espécies deve estar adaptada ao clima;

- Rusticidade;

- Resistência a pragas e doenças;

- Crescimento moderado;

- Utilizar a mesma espécie em toda a rua ou para cada lado da rua;

- Raízes pivotantes profundas;

- Equilibrar o número de árvores exóticas e nativas;

- As espécies devem ter forma e tamanho da copa compatível ao espaço físico;

- Dar preferência às espécies que apresentem folhagem perene e raízes adaptáveis ao espaço físico disponível;

- Evitar árvores com espinhos no tronco, com flores muito grandes ou de perfume ativo e com folhagem pilosa.

- Não apresentar princípios tóxicos. Outro aspecto importante a ser também observado quando da escolha de espécies para arborização urbana é o porte das árvores quando adultas. Em canteiros centrais de avenidas e em ruas calçadas largas, pode-se optar pelo uso de árvores de porte grande (mais de 10m) ou médio. No entanto, em calçadas estreitas, deve-se optar por espécies de pequeno (até 5m de altura) e médios porte (de 5 a 10m de altura). Sob fiação, a escolha deve recair sobre espécies de pequeno porte, de modo a não provocar problemas na rede elétrica. Se esses cuidados não forem tomados, em pouco tempo haverá necessidade de poda, que deformam e tiram a beleza natural das árvores.

O tipo de floração e, principalmente, a cor das flores, deverão estar de acordo com o entorno, formando um todo agradável na paisagem, em combinação com os elementos construídos e com restante da vegetação. Deve ser evitado o uso de espécies que produzem flores muito grandes, que, quando caem, tornam as calçadas escorregadias representando perigo para os transeuntes, além da sujeira que acumulam nas ruas. Também não são recomendadas espécies com flores que exalam perfume muito acentuado, bem como aquelas que produzem muito pólen, podendo provocar alergia em algumas pessoas (exemplo, espirradeira).

O uso de espécies arbóreas nativas na Arborização Urbana ainda não se constitui em uma prática comum nos planejamentos urbanos, levando-se em conta a grande diversidade de nossa flora. A maioria das ruas das nossas cidades são arborizadas com espécies exóticas (cerca de 80%) que em alguns casos, tem contribuído para a extinção de alguns pássaros nativos devido a mudança nos seus hábitos alimentares. Uma das razoes para tal fato é o desconhecimento pela população e órgãos municipais, das nossas espécies nativas; apenas algumas espécies, como os ipês, por exemplo são conhecidos e procurados pelo público em geral. Torna-se necessário, campanhas de educação ambiental, enfocando a grande riqueza da nossa flora nativa e as potencialidades de muitas espécies para uso em programas de arborização urbana. É evidente que muitas das espécies nativas não são adequadas para a arborização urbana devido ao porte muito elevado, raízes muito volumosas, frutos grandes, ou galhos que se quebram com facilidade. Entretanto, a grande maioria pode ser plantada em praças, parques e grandes avenidas.

As plantas de espécies nativas devem ser preferidas em relação as exóticas, pois estão mais adaptadas às condições climáticas do local, tendo, portanto, maiores chances de sobreviver e desenvolver-se. Espécies exóticas são usadas em alguns casos, mas a própria preservação das espécies nativas pode começar pela arborização urbana.

A vegetação em uma cidade, é um serviço urbano essencial, como o é a distribuição de energia elétrica, telefonia, abastecimento de água, limpeza urbana e iluminação pública. O planejamento, a implantação e a manutenção das árvores na cidade devem observar normas e especificações técnicas para que satisfaça as necessidades da população, especialmente se considerarmos que qualidade de vida é um bem que precisa ser desejado, planejado e colocado em prática pelos cidadãos e seus representantes políticos.


Fonte: A ARBORIZAÇÃO URBANA E O USO DE ESPÉCIES FLORESTAIS NATIVAS DA MATA ATLÂNTICA na Embrapa Tabuleiros Costeiros, Av. Beira Mar, 3250, Caixa Postal 44, CEP: 49001-970, Aracaju (SE), Fone:(079) 226-1344, Fax: (079) 217-7251, E-mail: sac@cpatc.embrapa.br.

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