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COLUNISTA
Carlos Rizzo
20/07/2006 - 14h05
Vidraças assassinas
 
 
 
Arquivo 
  Perfil do CD.

Considerando as características de Ubatuba, é inevitável predominância da arquitetura com inclusão de grandes janelas envidraçadas, seja em residências ou nos prédios comerciais.

Fora todo o conforto que as vidraças podem proporcionar e as paisagens que, através delas podemos vislumbrar, uma das conseqüências negativas é a colisão de aves.

Estima-se que nos USA 100 milhões de aves morrem anualmente vítimas das estruturas construídas pelos homens. E neste número, as vidraças são as campeãs. Não temos como estimar qualquer número no Brasil, mas não é difícil concluir que o número não é menos preocupante. Se de um lado temos menos construções que os americanos do norte, do outro, o número de aves no Brasil é muito maior.

Com a nossa preocupação em oferecer alimentos aos pássaros e bebedouros aos beija-flores, muitas vezes estamos expondo estas aves ao risco das colisões nas vidraças das nossas casas.

Mesmo com todo cuidado que tomamos para demonstrar que o ambiente interno não é a simples continuação do ambiente externo, é quase impossível evitar que o vidro reflita a paisagem externa dando, ao pássaro, a ilusão de que ali é a continuação das árvores existentes no entorno da casa.

Uma ONG canadense se propõem aos estudos dos problemas e as eventuais soluções, você pode visitar o site www.flap.org/new e lá encontrará inúmeras propostas de soluções, desde as mais caras como os emissores de ondas eletromagnéticas que conturbam a noção de vôo e afastam as aves, ou soluções bem caseiras como a simples colocação de adesivos.

Os adesivos devem ser confeccionados com papel Contact vermelho e recortados nos perfis de rapinantes que você pode imprimir clicando aqui. Para sinalizar melhor, você pode reciclar CDs estragados e pendurar no beiral da casa com um fio de nylon ao nível das vidraças para que eles espelhem a luz do sol. Recortando o CD com um perfil sugerindo uma ave, terão dupla função, à noite irão perturbar o vôo dos morcegos, refletindo aleatoriamente o sinal sonoro que eles emitem.

São medidas simples, mas com certeza, necessárias.


Nota do Editor: Carlos Augusto Rizzo mora em Ubatuba desde 1980, sendo marceneiro e escritor. Como escritor, publicou "Vocabulário Tupi-guarani", "O Falar Caiçara" em parceria com João Barreto e "Checklist to Birdwatching". Montou uma pequena editora que vem publicando suas obras e as de outros autores.
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