Saudações sonoras! Primeiramente, gostaria de me desculpar pelo tempo de ausência destas linhas. Devido a gravação e lançamento do meu CD “Batuke de Tamoio” o tempo realmente ficou escasso. Mas aqui estou de volta para compartilhar com vocês um pouco das minhas experiências, pensamentos e emoções. Gostaria também de agradecer à todos os que enviaram e-mails elogiando o meu trabalho. Tenho recebido mensagens de todos os cantos do Brasil e algumas do exterior. Obrigado! Para aqueles que ainda não ouviram ainda, é só acessar www.pedrocarpinetti.com.br e fazer o download de algumas músicas que disponibilizei em MP3. Tenho recebido várias questões e dúvidas dos internautas sobre música. Algumas de ordem técnica e outras de ordem mais “psicológica”. É sobre a segunda que gostaria de falar hoje. Vejo com certa frequência alguns músicos, com um certo tempo de estrada, questionarem-se sobre o que estão fazendo, se é isso mesmo que eles querem para suas vidas, que não aguentam mais etc. Isso, nos tempos modernos, é chamado de crise de motivação. É aquele momento em que olhamos para trás, vendo tudo o que já vizemos, e ficamos indecisos quanto ao futuro, o que queremos realmente fazer. E isso não acontece somente com músicos, acontece com todos (literalmente!). Os músicos, acabam questionando-se se é esse o tipo de música que querem tocar, se querem realmente passar os seus dias na “estrada” longe da família e dos amigos, se querem ou não ficar acompanhando algum artista, como sideman, além de uma outra infinidade de questionamentos. Para entendermos, é preciso antes voltar o foco para uma questão muito importante: a vocação! Segundo alguns, vocação, talento e aptidão possuem características semelhantes e praticamente designam uma capacidade potencial para realizar um tipo de atividade. Mas, precisamos distinguir a aptidão da capacidade efetiva para realizar esse tipo de atividade. Tem muita gente que acha que só o fato de ter talento ou aptidão para ser músico ou artista já é o suficiente. Ou, àqueles que gostam de música, de tocar, e querem fazer disso uma profissão por que terão prazer trabalhando. Puro engano! Nos dias em que vivemos, em que a informação, as notícias, as mudanças de conceitos, de mercado etc., ocorrem quase que em tempo real, não dá pra ficar achando que somente o prazer e o talento resolverão nossas vidas. Hoje em dia não dá para alguém decidir ser somente um bom músico. É preciso ser um excelente músico e um bom técnico de som, produtor, arranjador, professor etc. Temos de ser coringas! Se você somente tocar bem, ainda assim não será suficiente. Nos dias atuais dá realmente para entender aquela celebre frase que todos os pais dizem à seus filhos pequenos: ”Estuda menino! Se você quer ser alguém na vida, estude!” Nada mais propício nos dias atuais. É preciso unir aptidão, talento, vocação com uma dose maçiça de esforço e suor! Tem um ditado que diz - “música é 2% inspiração e 98% transpiração!”. Para àqueles que estão enfrentando uma crise de motivação eu diria para repensarem se realmente eles têm aptidão para passarem o resto de suas vidas dedicando-se a música, e se estão dispostos a dispensar uma grande quantidade de energia e trabalho árduo. Mas, não pense em recompenas, principalmente financeiras como fama e sucesso. Faça-o pela simples satisfação e realização pessoal, por amor ao que se está fazendo. Com certeza se você conseguir, já será um profissional de sucesso! E, principal, estude muito! Faça cursos, leia revistas especializadas, informe-se não somente sobre música ou seu instrumento mas sobre todas as áreas que envolvem a música e a arte em geral. Movimente-se! Para alguns, música e arte podem ser apenas uma forma de diversão, para outros, é como o ar, indispensável para vivermos! Saudações sonoras e até a próxima!
Nota do Editor: Pedro Carpinetti nascido em Ubatuba (SP) é professor de música e guitarrista. Mantém o blog Diário de um Tamoio.
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