Os 188 países signatários da Convenção sobre Diversidade Biológica estabeleceram em 2002, na Conferência Mundial sobre Desenvolvimento Sustentável, a meta de estabelecer áreas de proteção ambiental em 40% dos oceanos até 2012. Mas um estudo lançado ontem (21) pela organização não-governamental ambientalista Greenpeace, entretanto, mostra que apenas 1% dos oceanos até agora está submetido a algum mecanismo de proteção ambiental. "Quando a gente se afasta mil milhas náuticas da costa e entramos em alto mar, estamos em um território que não pertence a país nenhum, que tem jurisdição internacional", explicou o professor da Universidade de York, no Reino Unido, Callum Roberts, que coordenador do estudo. De acordo com ele, 64% dos oceanos estão em áreas internacionais. "São regiões com pouca regulação, onde as pessoas fazem praticamente o que quiserem", lamentou. "Só temos áreas protegidas na Antártica e no Mediterrâneo." No levantamento, os pesquisadores sugeriram as áreas oceânicas prioritárias para conservação. "Fizemos o rastreamento por satélite de focas, baleias, tartarugas e aves migratórias, verificando onde elas se alimentam e reproduzem", explicou Roberts. "Essas regiões estratégicas já responderiam pelos 40% da área total que devem ser protegidas." O estudo coordenado pelo cientista inglês foi lançado em Curitiba, no segundo dia da 8ª Conferência das Partes da Convenção sobre Diversidade Biológica (COP-8). A conferência é o orgão deliberativo da convenção. Os países signatários se reúnem a cada dois anos.
|