Velejadores destacam regularidade brasileira na regata de volta ao mundo
Cidade do Cabo (África do Sul) - Ao sair do barco nesta segunda-feira, os velejadores do Brasil 1 respiraram aliviados. Muito mais do que comemorar a vice-liderança ou o fim de uma regata que teve até rajadas de mais de 40 nós, os integrantes da primeira equipe brasileira a dar a volta ao mundo na Volvo Ocean Race celebraram a regularidade. Vice-líder na classificação geral, com 12,5 pontos, o Brasil 1 esteve sempre entre os primeiros nas três regatas disputadas até agora na competição. Os brasileiros foram os segundos colocados na regata local de Sanxenxo, passaram em terceiro no portão de pontuação de Fernando de Noronha, terminaram em terceiro a primeira etapa, entre Vigo, na Espanha, e Cidade do Cabo e foram o quarto barco nesta segunda-feira, na regata local desta segunda-feira. “Nossa vice-liderança mostra que conseguimos essa regularidade. Podemos não ter chegado ao pódio, mas estamos sempre perto dos líderes”, comemorou o regulador de velas Marcelo Ferreira, proeiro de Torben Grael na classe Star. “Isso dá mais tranqüilidade para trabalharmos nessa semana.” “O ABN 1 foi o que fez menos besteira. Todos os outros barcos pagaram muito mico. Inclusive nós”, disse Ferreira. “A vice-liderança é maravilhosa depois de tudo o que aconteceu. As condições foram muito difíceis, foi a primeira vez que velejei com rajadas de mais de 45 nós de vento”, lembrou o diretor do projeto e integrante da tripulação Alan Adler. O rendimento do Brasil 1 também mostrou que a confiança dos tripulantes antes da prova tinha motivos. “Fiquei muito contente com a velocidade do barco, que é muito boa em relação aos outros e o que podemos perceber é que a vantagem do ABN são os 12 meses que eles tiveram a mais de treinamento”, explicou Adler. “Os barcos que chegaram na nossa frente são os que tiveram mais tempo de treinos”, concordou o novo navegador da equipe, o holandês Marcel van Triest. Os novos tripulantes, aliás, agradaram. “O Marcel e o Knut Frostad ajudaram bastante. O Marcel, que era o único realmente novo, ajudou bastante, principalmente na montagem das bóias”, elogiou Torben. Modesto, o holandês agradeceu. “Meu trabalho desta vez nem foi muito de navegador, mas ajudei na regulagem de velas, nas manobras.” A classificação da regata foi a seguinte: 1º. ABN Amro One/HOL, 3,5 pontos; 2º. movistar/ESP, 3; 3º. ABN Amro Two/HOL, 2,5; 4º. Brasil 1/BRA, 2; 5º. Piratas do Caribe, 1,5; 6º. Ericsson/SUE, 1; e 7º. ING Brunnel/AUS, 0,5 ponto. A classificação geral da Volvo Ocean Race, após a disputa da segunda in-port race, ficou assim: 1º. ABN Amro One, com 15 pontos; 2º. Brasil 1, 12,5; 3º. ABN Amro Two, 12; 4º. Ericson, 11,5; 5º. Movistar, 6; e 6º. Piratas do Caribe e ING Brunel, 5 pontos. O Brasil 1 é patrocinado por VIVO, Motorola, QUALCOMM, HSBC, Embraer, ThyssenKrupp, NIVEA Sun, Ágora Senior Corretora de Valores e Governo Brasileiro através da Apex (Agência de Promoção das Exportações do Brasil), Ministério da Indústria, Desenvolvimento e Comércio Exterior, Ministério do Turismo e Ministério dos Esportes e apoio especial da Varig.
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