Dados da pesquisa "Perfil dos Professores Brasileiros: o que fazem, o que pensam, o que almejam", revelam que 59,7% dos professores declararam ser inadmissível que uma pessoa possa ter experiências homossexuais e 21% disseram não desejar ter como vizinho homossexuais. "O professor é conservador, assim como a nossa sociedade é conservadora. A sociedade é tremendamente machista e homofóbica. Nessa medida, o professor acompanha a sociedade", explica a pesquisadora da Universidade Católica de Brasília e responsável pelo estudo, Miriam Abramovay.

Para o secretário-executivo do Ministério da Educação, Fernando Haddad, as informações levantadas pela pesquisa poderão ser utilizadas para orientar novas metodologias pedagógicas para evitar o agravamento do preconceito. "A pesquisa tem o mérito de sinalizar para as Secretarias estaduais e municipais de Educação como é que nós podemos enfrentar esse problema, para ter o mesmo sucesso que tivemos em outras áreas", disse o secretário.

Outro dado descoberto pela pesquisa foi de que a maioria dos educadores brasileiros, 54%, matricula seus filhos na rede privada de ensino. "Esse dado chama muito a atenção e reforça o diagnóstico que nós temos de que a qualidade do ensino fundamental foi de certa forma descuidada", observou.

A pesquisa, realizada pela Unesco em parceria com o Ministério da Educação, o Instituto Paulo Montenegro e a Editora Moderna, ouviu 5 mil professores, sendo 82% da rede pública e 18% da rede privada, nos 26 estados e Distrito Federal.