De origem asiática, Coptotermes gestroi é a espécie mais comum no Brasil; especialista explica as principais técnicas, tempo de ação e cuidados para fazer descupinização
Embora os cupins possam parecer todos iguais, há mais de 300 espécies do inseto no Brasil, conforme informações da Unesp (Universidade Estadual Paulista). Segundo estudo da Prof.ª Dra. Ana Maria Costa Leonardo, chefe do Departamento de Biologia do Instituto de Biociências da Unesp, Campus de Rio Claro, há cupins urbanos e cupins de cerrado, o que não impede que espécies do cerrado também marquem presença nas cidades. A pesquisa revelou as duas espécies prevalentes em áreas urbanas, especificamente, no Sudeste brasileiro: Coptotermes gestroi e Cryptotermes brevis. A primeira, natural da Ásia, desembarcou no país em 1920 e, desde então, segue incrustada nos lares brasileiros. Para Gleison Pinheiro, diretor da PUMJIL (pumjil.com.br), empresa que presta serviços de dedetização, descupinização e controle de pragas em São Paulo, SP, os cupins são pragas “sutis”. Ainda assim, com atenção a alguns detalhes é possível identificar quando é necessário fazer um serviço de descupinização. “É necessário ficar atento a algumas características, como túneis de terra, por onde esses insetos se movimentam durante a busca por comida. Além disso, parede ondulada e aberturas no gesso indicam que os cupins estão fazendo casas sob estas superfícies”, diz. Ainda a respeito dos pontos de atenção para cupins, Pinheiro destaca que o chamado “pó” - que na verdade são os excrementos dos cupins misturados aos restos de madeira - é um um sinal evidente da presença das pragas. “Observe se há madeira oca, que indica a passagem de cupins por dentro dela ou asas de cupim no chão, que indicam a presença deles pela área”, acrescenta. Técnicas de descupinização avançaram O especialista afirma que as técnicas de controle de pragas avançaram ao longo dos anos, e que, hoje, os procedimentos de descupinização podem ser realizados em madeiras e estruturas, com aplicação de injeções e pulverização de inseticida líquido, além de imersão e pincelamento. Neste ponto, ele acrescenta que há diferentes técnicas usadas para combater os cupins e que os dedetizadores utilizam inseticidas específicos para eliminar as pragas, os chamados cupinicidas. “As substâncias que combatem os cupins podem ser injetadas, pulverizadas ou pinceladas em madeira e pontos estratégicos, o que vai depender da espécie de cupim e do nível de infestação. Em geral, os locais que recebem os produtos químicos são forros, pisos, paredes e móveis de madeira”, afirma. Intervalo entre descupinização pode variar Com relação ao tempo recomendável para acionar o serviço de descupinização, o diretor da PUMJIL explica que, em média, o serviço dura três meses e o serviço de descupinização, por exemplo, entre 12 e 24 meses. “Entretanto, os efeitos do trabalho podem depender de fatores internos e externos: condições como temperatura, umidade, nível de higiene e circunvizinhança influenciam diretamente no tempo de desinsetização”, afirma. Pinheiro explica que, além de agir de forma imediata no extermínio dos insetos presentes no ambiente, o serviço de descupinização visa oferecer um tratamento preventivo para evitar uma nova infestação das pragas. “Ou seja, podemos dizer que a descupinização tem o objetivo de eliminar, monitorar e controlar as colônias de cupins”. Área descupinizada deve ficar isolada Para finalizar, o especialista alerta que pessoas sensíveis à descupinização não devem ocupar os ambientes em que o serviço for realizado por, no mínimo, 48 horas. Para a maioria das pessoas, a área pode ser liberada logo após a cristalização do veneno, o que em geral acontece 6 horas após a aplicação. “O princípio ativo continua quimicamente agindo por longo tempo, mas sem causar dano ao ser humano - o que consiste em um tratamento de barreira química e imunizadora”, conclui.
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