Pacientes encontram nos corredores de hospitais motivos para agradecer. Cirurgias raras e atendimento humanizado em urgências fazem parte das histórias de quem recebeu dos profissionais de saúde uma nova chance de viver
Um vídeo, um bilhete, uma faixa, uma mensagem ou simplesmente um muito obrigado. A gratidão faz parte da rotina de unidades hospitalares, em que profissionais da saúde têm sido a única luz de esperança para muitos pacientes, principalmente durante a pandemia. Um sentimento que o curitibano Lucas Camargo, de 20 anos, conhece bem. O jovem passou a considerar como parte da sua família a equipe do hospital que o atendeu após ficar tetraplégico em uma queda de cama elástica. Desde novembro de 2018, tornaram-se recorrentes as suas idas ao Hospital Universitário Cajuru, de Curitiba (PR), 100% SUS e referência em traumas. Ele precisou se adaptar a viver em uma nova condição e, aos poucos, aprendeu a ser grato pelas pequenas conquistas. “Quando venho para o hospital sei que minha saúde não está bem, mas também sei que vou encontrar profissionais queridos que guardo no meu coração”, conta Lucas. “Aprendi que, enquanto há vida, há esperança. Viver com a minha deficiência é difícil, mas isso não vai me parar. Eu continuo lutando pela vida e em todo lugar que vou espero levar apenas alegria”, se emociona. Recomeços No Hospital Marcelino Champagnat, também de Curitiba, aparecem novas lembranças de finais felizes para contar. Foi ali que, aos 31 anos, a curitibana Karina Andressa Rodini começou a escrever uma nova história, após realizar uma cirurgia delicada e não convencional para a retirada de um tumor de cerca de 35 quilos. A doença responsável pelos tumores gigantes é a neurofibromatose, que foi diagnosticada antes dos dois anos de idade e exigiu que ela fosse submetida a dez cirurgias de grande porte e várias pequenas entre 2012 e 2018. A expectativa para a melhora da qualidade de vida começou a crescer quando ela conheceu o cirurgião plástico Alfredo Duarte, que passou a fazer contato com um cirurgião renomado e com vasta experiência na retirada de tumores causados pela neurofibromatose, o norte-americano McKay McKinnon. A cirurgia, realizada em novembro de 2021, permitiu que atividades simples como caminhadas e passeios pudessem voltar a fazer parte da rotina da jovem. “Sentimento de gratidão e de alívio. Agora são novos passos. Nova Karina, nova vida, novos passos. Não tem como explicar. É o maior presente que eu ganhei”, comemorou logo após o procedimento. “Quero que as pessoas saibam que é importante não desistir dos sonhos, por mais difícil que seja”.
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