A gente acha que escreve criativamente até ler o “Auto da Compadecida” e pensar: poxa, Suassuna, também não precisava humilhar! Mas, calma, Suassuna nem era gente, era gênio. A literatura brasileira está cheia deles. Quem sabe você não é o próximo? Deixa que digam, que pensem, que falem Todos nós somos criativos. É só pensar na infância, quantas ideias, quanta imaginação! O que acontece é que a vida vai nos moldando, vai fazendo com que tenhamos medo de arriscar, de parecermos ridículos. Mas, no fundo, todo mundo é um pouco ridículo. Assim como as cartas de amor de Fernando Pessoa. Então, não se leve tão a sério. Deixa que digam, que pensem, que falem. Experimente! Mente vazia, oficina da escrita Desafie você mesmo a escrever todos os dias, ou com a periodicidade que a sua rotina permitir, mas não deixe passar muito tempo entre um texto e outro. Quando escrevemos com frequência, o fio condutor do raciocínio melhora e as palavras vão ficando mais leves. Reserve um horário na agenda, tente esvaziar a mente da correria opressora do dia (ou faça dela sua inspiração). Permita-se uns minutos de ócio criativo e mãos à obra. Nem sempre se começa pelo começo Liberte-se da ideia de que um texto precisa começar pela primeira linha do primeiro parágrafo. Inverta a ordem das coisas! Pense em formas impactantes de terminar um texto e costure sua história de trás para frente, do fim para o começo. É um exercício simples que ajuda a abrir a mente. Tenha um fiel escudeiro Escolha uma pessoa com disponibilidade e vontade de ajudar para ler os seus textos. Aquele amigo ou amiga que não vai te desencorajar ou julgar a sua escrita. Alguém que possa te fornecer uma opinião confiável e que te deixe totalmente à vontade para experimentar. Contar com um fiel escudeiro na avaliação dos textos é uma forma gostosa e eficaz de aumentar a confiança em si mesmo. Use a criatividade alheia a seu favor Aprenda com os mestres! Escolha alguns escritores que você considere absurdamente criativos e faça uma imersão em suas obras. Estude-os! Perceba como constroem suas narrativas, como nomeiam os personagens, como começam e terminam suas histórias. Use a criatividade alheia para aprimorar a sua própria. E se não souber quais escritores escolher, Suassuna pode ser um bom começo. Bom não, genial! Uma boa escrita a todos! E que a criatividade os acompanhe! Nota do Editor: Juliana Valentim é jornalista e escritora, com vasta experiência também na área de comunicação corporativa. Autora de três livros, transita por diferentes gêneros literários, passando pelas crônicas, poesias e romances. É palestrante, consultora de escrita criativa e gerencia o perfil no Instagram @palavrasquedancam.
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