Aumento na aquisição de plantas pode estar ligado à história do ser humano e à busca por equilíbrio emocional, explica psicólogo
O mercado de plantas e flores foi um pouco diferente em 2020, a pandemia do novo coronavírus mexeu com o setor. Com o início das medidas restritivas, em março, o cenário era pessimista, com projeções de prejuízos e demissões. Mas o aumento na busca de plantas em vasos fez o setor fechar o ano com uma nova perspectiva. Segundo avaliação do Instituto Brasileiro de Floricultura (Ibraflor), o ano passado teve um aumento de pelo menos 5% no faturamento em comparação com o ano anterior. Para a instituição, as vendas foram impulsionadas, além da mudança de hábito de consumidores que migraram para o home office, pelo serviço de delivery e pelos supermercados, que não fecharam as portas durante a quarentena. A estimativa para 2021 é positiva, segundo a Cooperativa Veiling Holambra, o crescimento ficará entre 8% e 9%, já considerando os possíveis impactos da Covid-19. Ivo Carraro, psicólogo e coordenador do Centro de Atendimento Psicopedagógico do Centro Universitário Internacional Uninter, explica que a busca por plantas está ligada à história do ser humano e a busca por equilíbrio emocional. “O afastamento social interferiu na natureza social humana. Sem ela, a possibilidade da baixa autoestima, do isolamento, da depressão, da tristeza. A presença das plantas nos ambientes, como se estivéssemos em uma floresta, pode reestabelecer o equilíbrio emocional e resgatar a origem humana”. O psicólogo lembra que o ancestral humano sobreviveu, juntamente com o seu grupo, extraindo o seu sustento do contato com a natureza. “Tais práticas formaram as memórias genéticas que foram transmitidas para as gerações seguintes. A pandemia despertou o que estava latente nas profundezas da mente humana. As flores, o verde e o azul constituem-se em fatores essenciais para uma vida mental saudável e com sentido. Os passeios ecológicos, os campos floridos, as cachoeiras, as árvores frutíferas carregadas com colorido próprio despertam o desejo de saborear os frutos maduros. A natureza está inserida no emocional humano”, afirma Carraro.
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