Em pouco mais de cinco meses após a descoberta do novo Coronavírus, na China, o mundo virou de cabeça para baixo. A Europa foi assolada pela Covid-19, enquanto os brasileiros assistiam à distância os acontecimentos, antes impensáveis para o País. No dia 26 de fevereiro, foi confirmado na cidade de São Paulo o primeiro caso provindo da Itália. O Brasil entrou para o ranking dos países com casos de Covid-19, segundo dados da OMS. O estilo de vida da população brasileira foi desmontado em poucos dias. Empresas e escolas fecharam suas portas e enviaram seus trabalhadores e alunos para casa. O improvável "home office", virou uma alternativa. A necessidade de isolamento social fez com que os lares virassem empresas e escolas. No estado de São Paulo, o índice de isolamento teve o seu pico máximo nos meses de março, abril e maio, chegando a 59% da população (Fonte: Sistema de Monitoramento Inteligente). Grupos díspares, durante o expediente comercial, vieram a compartilhar o mesmo teto com problemas diferentes. Pais que não estavam tão próximos aos seus filhos compartilharam o mesmo local para aprender e trabalhar. Conforme o tempo de isolamento social foi se estendendo, o trabalho em casa foi a estratégia adotada por 46% das empresas durante a pandemia (Fonte: Agência Brasil São Paulo). Com mais de 1 milhão de mortos no mundo pela Covid-19 (Fonte: ECDC, agências nacionais de saúde), notícias alarmantes nos jornais, escolas fechadas e empresas encerrando suas atividades, a crise econômica atingiu grande parte da população. Apesar do descontentamento geral, foi possível perceber uma transformação positiva. A aproximação da família, a compreensão do cotidiano da família, a cooperação para continuar a vida. Aspectos de difícil entendimento foram resolvidos com a legitimação do trabalho remoto. Impactos positivos no meio ambiente. É chegada, a frente de um novo caminho, uma nova vida. A participação no aprendizado dos filhos, o respeito do horário de cada um e a manutenção da harmonia na casa fizeram parte da tarefa dada aos pais ou responsáveis e que, de certa forma, gerou um momento de autoconhecimento. Profissionais, empresários e filósofos buscam sentido neste "novo normal". Segundo a empresária Monica Marchett (monicamarchett.com.br), fundadora do Instituto Vida e Saber: "esse movimento não ocorreu por acaso. Deve-se buscar a alegria e o prazer nos momentos difíceis, a satisfação de estar junto com a família. É necessário mudar e ver esse novo cenário como uma solução de diversos problemas que havia". "O atual momento nos obrigou a mudanças, essas mudanças viraram soluções", enfatiza Monica Marchett. O conceito de mudança é o ato de mudar, trocar ou alterar. O "novo normal" chega para alterar o que não está certo.
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