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23/01/2020 - 06h28
Procedimentos estéticos x amor próprio
 
 
Os dois podem andar juntos

Enquanto uns aceitam suas características de nascença, outros optam por aprimorá-las. Seja um nariz avantajado, seios pequenos ou uma barriga saliente, são muitas as queixas de quem procura um profissional para realizar uma transformação corporal. Mas será que essa necessidade de mudança implica a ausência de amor próprio?

A relação com o outro, a sociedade, a mídia e ideais externos são alguns dos fatores que podem levar uma pessoa a querer mudar algo em seu corpo. Nas redes sociais, diversas youtubers e influencers promovem a autoaceitação e compartilham dicas para que os internautas não se tornem reféns de padrões de beleza estabelecidos pela mídia. Apesar disso, a procura por cirurgias e procedimentos estéticos tem crescido cada vez mais nos últimos anos.

De acordo com a psicóloga da Clínica Penchel, Marena Petra, é possível se amar e, ainda assim, querer mudar algo em si. "Uma pessoa pode fazer alguma intervenção estética no corpo sem que isso signifique que ela não tenha amor próprio. Muitos realizam esses tratamentos justamente porque se amam e estão em busca da sua melhor versão", aponta.

No entanto, a profissional lembra que é um erro procurar na cirurgia plástica a solução para os problemas. "A busca pela perfeição pode gerar muito sofrimento, pois se trata de uma ilusão. A pessoa que não gosta de nada em si mesma deve procurar atendimento psicológico para compreender melhor o que está acontecendo, não só fisicamente, mas internamente", explica.

Segundo Marena, uma intervenção na aparência pode tanto aumentar a autoestima de quem está insatisfeito com algo no corpo, como também prejudicá-la, caso o resultado esperado não seja alcançado. "Os procedimentos estéticos são capazes de melhorar a imagem que uma pessoa tem de si mesma. Medidas simples, como um corte de cabelo, uma limpeza de pele ou uma micropigmentação nas sobrancelhas, já são suficientes para devolver a autoestima daquela mulher que trabalha o dia todo e não sobra tempo para se cuidar", comenta a profissional.

O acompanhamento psicológico é fundamental para o autoconhecimento de cada um. "O amor próprio não tem a ver apenas com a imagem, mas com a relação com o outro, ou seja, com o mundo externo. Fazer uma cirurgia plástica é apenas um detalhe, não se amar envolve muito mais o emocional e a forma da pessoa se ver e se colocar no mundo", conclui Marena.

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