Quem sou eu? Sou um profissional laboratorista clínico, especialista em técnicas de diagnóstico, das mais simples às mais avançadas, e gestor em saúde. Atuo também com serviço de manutenção de sua saúde mental e social com intervenções mínimas que trazem harmonia estética, consequentemente, bem-estar. Estou dentro do centro cirúrgico atuando como perfusionista, o profissional que realiza todo o trabalho da circulação extracorpórea do sangue. Sou um profissional que une tecnologia e conhecimento biológico aplicando essa interface aos serviços de saúde. Tenho conhecimento em ciências da saúde suficiente para contribuir com o que se oferece de mais moderno. Minha rotina é dentro de ambientes com muitos equipamentos tecnológicos e amostras biológicas que devem ser analisadas com responsabilidade e conhecimento, afinal, é por conta desses laudos laboratoriais que decisões importantes serão tomadas. Nunca quis fazer vestibular para Medicina, nunca foi minha intenção, mas o nome da profissão é parecido. Já adivinhou? Sou biomédico, profissão que é celebrada no dia 20 de novembro. Se você tem como qualidade o gosto pelas ciências da saúde e por tecnologias, já pensou em unir essas duas áreas e, assim, trabalhar como biomédico? A Biomedicina é uma das 14 ocupações na área de saúde que existem no Brasil e precisamos de mais profissionais competentes. Os serviços de saúde hoje são multiprofissionais, e servimos com nossas habilidades e características da melhor forma. Não somos exclusivos do Brasil. Existem biomédicos sendo formados no Reino Unido, Estados Unidos, Austrália e outros países. Lá fora também existe o biomédico e, diga-se de passagem, há mais tempo que no Brasil. Aqui, surgimos da ideia de formar profissionais que cuidassem da formação de médicos e odontólogos na década de 60. A ideia inicial, apresentada aqui em Curitiba durante a reunião anual da sociedade brasileira para progresso da ciência, era formar professores e pesquisadores das escolas de Medicina e Odontologia. Nos anos seguintes surgiram em São Paulo as primeiras escolas de Ciências Biomédicas. Com o passar do tempo, fomos ganhando respeito e características dos biomédicos não brasileiros até que, ao longo da década de 80, fomos reconhecidos como profissionais da saúde, com a criação do Conselho Federal de Biomedicina, enquadramento do biomédico no Serviço Público Federal e, por fim, com a criação dos conselhos regionais. Hoje estamos nos principais laboratórios do Brasil, em clínicas de imagem e medicina nuclear, em clínicas de estética como biomédicos estetas, perfusionistas, peritos criminais na área de DNA forense e toxicologia forense, como pesquisadores em grandes grupos de pesquisa, em clínicas de reprodução humana assistida como os laboratoristas responsáveis pelos cuidados com os óvulos, espermatozoides e até pelos embriões. Estamos em todos os lugares, só não estamos na boca do povo ou no imaginário popular. Não tem problema - lá dos bastidores estamos fazendo o que for necessário para que as pessoas recebam um bom serviço de saúde. Nota do Editor: Benisio Ferreira da Silva Filho é biomédico, mestre em Ciências da Saúde e doutor em Biotecnologia. É coordenador do curso de Biomedicina do Centro Universitário Internacional Uninter.
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