Lei Agnelo/Piva é apontada como principal responsável pelo desenvolvimento do esporte nos últimos anos.
O remo brasileiro teve um crescimento de um para quatro representantes nos Jogos Olímpicos, em relação à participação em Sydney-2000 para Atenas-2004. Anderson Nocetti, do Single Skiff, solitário representante na terra dos cangurus, terá desta vez a companhia de Fabiana Beltrame, também do Single Skiff, e da dupla do Double Skiff Peso Leve Thiago Gomes e José Carlos Sobral Jr., classificados após o Pré-Olímpico Latino-Americano, em El Salvador, realizado de 13 a 16/5. O Brasil ainda pode ter mais dois barcos em Atenas: Dois Sem (Allan Bitencourt e Gibran Vieira) e Double Skiff (Alexandre Altair e Marcelus Marcili), que buscarão a vaga no Pré-Olímpico Europeu, de 16 a 22 de junho, em Lucerne (SUI), na terceira etapa da Copa do Mundo. "Com a criação da Lei Agnelo/Piva, em 2002, foi possível fazer o que não existia no remo e nos demais esportes brasileiros: planejamento. Hoje em dia conseguimos programar todo o trabalho de um ano, com os atletas tendo estrutura para treinamento e buscarem resultados. Este crescimento no número de participantes em relação aos Jogos de Sydney demonstra isso", diz Rodney Jr., treinador e membro da Comissão Técnica da seleção brasileira. Os resultados de expressão internacionais começaram a aparecer no mesmo ano de criação da Lei Agnelo/Piva. No Campeonato Mundial de 2002, na Espanha, o Dois Sem de Gibran da Cunha e Alexandre Altair ficou com a 9ª colocação na competição. Já o Double Skiff Peso Leve de Thiago Gomes e José Carlos Sobral Jr. conseguiu o 11º lugar. "Não tem como comparar. O apoio que recebemos hoje da Confederação e do Comitê Olímpico Brasileiro é muito grande. Os atletas se sentem seguros e confiantes para competir e treinar com tranqüilidade", conta José Carlos Sobral Jr. Em 2003, no Campeonato Sul-Americano Sênior A Feminino, o ouro de Caroline Beloni e Amanda Costa no Dois Sem demostrou a maior atenção da CBR ao remo feminino. Neste mesmo ano, nos Jogos Pan-Americanos de Santo Domingo, o Brasil conquistou seis medalhas (três pratas e três bronzes). Na edição de 99 do Pan, o Brasil voltou para casa com apenas uma medalha de prata, conquistada no Dois Sem. Após o Pan, o Brasil decidiu contratar o argentino Ricardo Ibarra como técnico-geral. Ibarra, foi um dos melhores remadores da América do Sul na história. "Em poucos meses o trabalho do Ibarra já pode ser notado. Todos os atletas estão motivados e sempre tentando se superar para mostrar a ele que podem estar na seleção brasileira. Sem contar que a estrutura que temos para treinos, a criação do Centro de Treinamento de Campos e as viagens internacionais. Estes são pontos que devem ser levados em consideração para este crescimento", comenta Anderson Nocetti. A CBR também está importando novos barcos e utilizando a Lei Agnelo/Piva para viabilizar novos locais para trabalhos com a seleção brasileira em Porto Alegre/RS e Brasília/DF. O feito histórico de Fabiana Beltrame, ao tornar-se a primeira remadora brasileira a se classificar para uma olimpíada, pode ser um divisor de águas no remo feminino do Brasil, segundo a própria remadora. "Ainda são poucas as mulheres que treinam para valer no Brasil. No meu clube (Martinelli/SC) eu remo apenas o Single Skiff, pois não tem quem reme comigo. Só treino barcos com outras remadoras na seleção. Eu espero que com a minha ida aos Jogos Olímpicos as meninas busquem praticar o remo e o esporte cresça cada vez mais", afirma Fabiana Beltrame. No dia 27/5 a seleção brasileira se apresenta no Rio de Janeiro para treinar e embarca para a etapa da Copa do Mundo da Suíça no dia 6/6.
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