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06/10/2019 - 06h43
Canabidiol: mitos e verdades
Neide Montesano
 

Em todas as discussões que ocorrem junto à opinião pública sempre nos defrontamos com mitos e verdades e alguns desses temas merecem nossa atenção pela relevância. O Canabidiol (CBD), esse composto químico encontrado na planta Cannabis, que nos últimos anos ganhou notoriedade por suas funções terapêuticas e cognitivas, é uma questão que merece bastante consideração por todos e urgência em sua regulamentação no Congresso Nacional.

As pessoas costumam generalizar a planta Cannabis, mas é importante esclarecer que ela tem três espécies principais: a Cannabis sativa, Cannabis indica e Cannabis ruderalis. Todas possuem características e compostos semelhantes, porém quando o assunto é Canabidiol (CBD), a atenção se volta à Cannabis ruderalis, conhecida como cânhamo (hemp). Esta variedade da planta possui uma porcentagem inferior a 0,3% de THC (Tetrahidrocanabinol), que é o responsável pelos efeitos psicoativos, e também cerca de 20% de CBD (Canabidiol), que tem mais efeitos farmacológicos e terapêuticos.

No Brasil, o tema CBD tem gerado muitas polêmicas e dúvidas pelo fato de a substância estar associada à planta Cannabis, já que ela continua sendo fonte lucrativa no tráfico de entorpecentes, ao ser utilizada para fins recreativos por grande parte da população. De fato, temos em nosso País um grande preconceito social com a planta, além de desinformação na sociedade e até ignorância generalizada.

Para melhorar a compreensão desse produto, separamos alguns mitos e verdades sobre o Canabidiol:

Mitos

1. Cbd é o mesmo que THC

Quimicamente falando, o CBD não é o mesmo que THC, embora tenham a mesma composição química. O que diferencia os dois compostos é o arranjo de um único átomo. O THC atua diretamente na ativação de células do receptor cannabinoide CB1 (agonista). É o responsável pelo efeito psicoativo no cérebro e sistema nervoso central. Já o CBD atua no receptor cannabinoide CB2 (antagonista), suprimindo até as propriedades do THC nos receptores CB1. Isso que significa que o CBD não deixa o consumidor sem reação, não importa a quantidade consumida. As suas propriedades são benéficas com diversas aplicações terapêuticas.

2. Todo CBD é igual?

O CBD não é igual sempre. Os produtos que contêm CBD podem ser ‘Full spectrum’, ‘Broad spectrum’ ou isolados. O ‘Full spectrum’, ou espectro completo, é um extrato que contém todos os compostos encontrados naturalmente na planta, incluindo terpenos, óleos essenciais e outros canabinóides (incluindo THC e é responsável pelo efeito ‘entourage’). O CBD isolado é a forma mais pura dessa substância, que é produzida pela remoção de todos os outros compostos encontrados na planta, incluindo terpenos, flavonoides, partes de plantas e outros canabinóides.

3. CBD é viciante?

O CBD age mais como um suplemento do que como um medicamento. Para dar um exemplo: se você confia na melatonina para ajudá-lo a adormecer à noite, o mesmo se aplica ao CBD, que não é viciante ou causa distúrbio por uso.

4. CBD trata todas as pessoas?

Se você é novo no mundo do CBD, tenha cuidado. É importante estar atento às situações. Por exemplo, um site pode afirmar que o CBD é a melhor cura para a insônia, enquanto outro diz que é um estimulante natural que pode mantê-lo acordado à noite. O que você provavelmente não saiba é que esses efeitos dependem muito de cada indivíduo. As pessoas recorrem ao CBD por uma infinidade de razões.

5. CBD cura o câncer?

Isso não procede. O Canabidiol, como foi explicado, age mais como um suplemento e por isso é utilizado em alguns tratamentos de câncer, porém sua função é aliviar alguns sintomas dos pacientes com essa doença. Pode-se dizer que o CBD contribui para o tratamento em algumas etapas.

6. CBD é maconha medicinal?

Isso não é verdade, porque a maconha é a nomenclatura comercial da apresentação recreativa da Cannabis. Tenho explicado em minhas palestras que seria como chamar a rapadura, de álcool combustível, afinal todos derivam da cana-de-açúcar. Trata-se de um grande equívoco, que inclusive impede alguns pacientes de utilizarem esse recurso ou mesmo resistirem intensamente ao uso, pois não querem fazer uso de ‘maconha’.

7. Faltam pesquisas ou evidências que comprovem a eficácia do CBD?

Não faltam provas para sua eficácia. Essa substância existe na milenar Medicina Chinesa, o que nos permite concluir que não faltam mais ao mundo comprovações de sua eficácia e segurança. Qualquer outro discurso é meramente desconhecimento científico, ou vontade de dificultar discussões ou ainda ‘vender’ soluções de interesse particular.

Verdades

1. CBD funciona naturalmente com o corpo?

O Canabidiol, juntamente com vários outros produtos químicos da cannabis, funciona naturalmente nos mamíferos com os receptores locais de canabinóides. Eles compõem o sistema endocanabinoide e são encontrados principalmente no cérebro e no sistema nervoso central.

2. É impossível ter overdose de CBD?

O CBD não é uma substância tóxica, portanto, não é possível que haja overdose utilizando Canabidiol.

3. Tem potencial antiflamatório?

Quando o CBD se liga aos receptores, ele pode bloquear a transmissão de mensagens químicas que podem causar inflamação, dor e convulsões em pacientes vulneráveis.

4. O CBD é usado no tratamento de epilepsia?

Segundo Orrin Devinsky, principal pesquisador de Neurologia da Universidade de Nova York, depois de testes usando o Epidiolex (forma líquida do CBD já aprovado pelo FDA) concluiu que, no grupo tratado com CBD, a frequência de convulsões diminuiu em 39%, e de uma média de 12 convulsões por mês para aproximadamente seis.

As mais recentes informações proporcionam um novo olhar para a forma de medicar, de tratar doenças, de quebrar paradigmas e mais ainda, traz a esperança de, se não curar, pelo menos minimizar dores, reduzir ataques, melhorar a memória, reduzir síndromes e principalmente aprimorar o convívio dos pacientes com suas famílias e a sociedade. Esse não é o futuro, é o presente, que na verdade é um presente a todos que precisarem do Canabidiol.


Nota do Editor: Neide Montesano é engenheira química, CEO do Grupo Montesano, palestrante e expert em sustentabilidade regulatória e boas práticas de desenvolvimento de negócios.

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