Pesquisas mostram que trabalhadores remotos rendem mais e se sentem mais valorizados, mas são menos fiéis às empresas
O home office, também conhecido como trabalho remoto, está cada vez mais popular. Nos Estados Unidos, cerca de 10% dos trabalhadores têm pelo menos um dia de home office por semana. Uma pesquisa divulgada pela Universidade de Standford mostrou que esses colaboradores têm desempenho 13% melhor do que seus pares que atuam dentro do escritório. “Com a tecnologia, as profissões e a forma de trabalho mudaram. Não é mais sinal de produtividade e de resultado estar alocado em um espaço físico na empresa. Muitas atividades podem ser realizadas remotamente”, explica Ana Paula Escorsin, professora de Recursos Humanos do Centro Universitário Internacional Uninter. O bom desempenho dos trabalhadores remotos, segundo a professora, pode ser explicado por diversos fatores. Um deles é a economia de tempo com o translado, que reduz o stress diário. Estar na própria casa também contribui para a produtividade, pois o ambiente é conhecido e agradável. Também é possível dividir melhor o tempo entre tarefas profissionais e pessoais. Por outro lado, uma pesquisa conduzida pela Virgin Pulse mostra que funcionários em home office são menos engajados às empresas e têm maior probabilidade de pedir demissão. “A direção da empresa precisa definir estratégias claras para os trabalhadores remotos. Eles se beneficiarão do home office se suas condições de trabalho e possibilidades profissionais forem transparentes. Caso contrário, podem se sentir inseguros, ter medo de redução salarial e de perder o emprego”, defende Ana Paula. Futuro do home office A professora acredita que o home office é uma prática trabalhista que vai perdurar, pois é mais adequado para algumas profissões - mesmo que impraticável para outras. “Quando bem organizado pela empresa o home office só vem a favorecer o empregador, o empregado, o cliente e a qualidade do serviço”, diz. Mesmo quem não adota o trabalho remoto pode tomar lições dessa mudança na cultura trabalhista. Algumas opções são melhorar o ambiente de trabalho, conduzir uma pesquisa organizacional para identificar pontos de incômodo entre os funcionários e até mesmo implantar horários móveis ou flexíveis. Nessa última modalidade, algumas empresas já são adeptas da sexta-feira flex, em que o funcionário pode trabalhar de casa durante todo o dia ou meio período.
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