Platão (427 a.C. - 347 a.C.) foi um filósofo, pensador e matemático grego. O amor em Platão tem a ver com ausência. É um amor à distância. Transportando o conceito de amor platônico para a atualidade, no qual ele pode ter perdido parcialmente tal significado pelas mudanças sociais ocorridas, ainda se escuta falar daquele amor incompleto e que somente encontrará a sua completude, se a outra metade cruzar o caminho. Daí as expressões: ‘a metade da laranja’; ‘a luva das mãos’; a ‘tampa da panela’; a ‘alma gêmea’. O amor em Platão vem do exterior ao homem. Três séculos e meio, depois de Platão, nasceu Jesus de Nazaré. O amor em Jesus é inteiro e habita o interior humano, e, por assim ser, não necessita do outro para a sua completude. O amor em Jesus se manifesta no abraço da mãe, que concede segurança ao filho na sua caminhada pela vida; na figura do pai que representa o modelo que o seu filho procura seguir; na aula do professor que visa a aprendizagem e o sucesso do seu aluno; na escuta do(a) psicólogo(a) que acalma os espíritos inquietos; nas mãos do médico que examina e prescreve o remédio que alivia as dores do corpo; nos gestos solidários dos benfeitores que visitam os hospitais oferecendo o consolo aos que sofrem; no amparo dos anônimos que auxiliam àqueles menos favorecidos pela vida... Enfim, o amor em Jesus se manifesta quando se dedicam ações, sentimentos e pensamentos ao outro, para que a vida dele seja melhor. Que se pense nisso nesses tempos modernos de consumismo, de intolerância, de indiferenças, de mágoas, de rancores e violência. Feliz Natal! Nota do Editor: Ivo Carraro é psicólogo e professor do Centro Universitário Internacional Uninter.
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