Nutricionista fala sobre o sal e como ele pode ser usado à favor do nosso organismo
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Sensação na culinária e no mundo saudável, o sal rosa do Himalaia passou a causar algumas dúvidas, afinal, ele é ou não é benéfico para nossa saúde? Qual sua origem? Seus componentes? Ele pode ser consumido por humanos? Fomos atrás de especialistas que sanassem todas essas dúvidas. As diferenças entre o sal do Himalaia e o sal “comum” já começam pela coloração. O sal do Himalaia possui uma coloração rosada, graças a concentração de minerais como o óxido de ferro na sua composição. Porém, pode existir uma certa variação na cor das pedras desse tipo de sal, isso acontece devido a concentração de óxido de ferro em cada uma delas, que é quem dá o tom rosa. Como é um produto extraído naturalmente, não há um padrão. Existem pedras de sal quase brancas e outras quase vermelhas. Livre de toxinas e poluentes e recolhido em depósitos seculares do Himalaia, o sal rosa é considerado o tipo mais puro do planeta. O nome “sal do Himalaia” refere-se às cordilheiras do Himalaia, que são uma formação rochosa com 2500 km de extensão entre Paquistão, Índia, China (que inclui o Tibete), Nepal e Butão. Segundo a nutricionista Aline Quissak, uma das principais vantagens desse sal está na quantidade de sódio que ele possui, em média 300 mg de sódio em 1 g de sal, enquanto o sal branco refinado tem em média 500 mg de sódio em 1 g de sal. “Além do sódio, o sal rosa contém uma variedade de minerais, que trazem benefícios extras, além de salgar os alimentos e preparações. Dessa forma, ele é mais indicado para os hipertensos (pessoas que possuem diagnóstico de pressão alta)”, comenta. A principal diferença entre os sais é a fonte de extração. O sal “comum” é extraído do oceano e passa pelo processo industrial de refino e branqueamento com agentes químicos. Ainda na sua produção, há adição de antiumectantes, substância que diminuem a absorção de umidade do ar dos alimentos, impedindo que as partículas do alimento se unam a outras devido à umidade. Já o sal rosa passa apenas pelo processo de iodação (obrigatório em lei) e envase, com isso há menos aditivos químicos. “Como esse tipo de sal tem menos aditivos químicos, nosso corpo acaba sendo beneficiado, já que ele não precisa forçar nossos órgãos, como fígado e rins, para o processo de limpeza e desintoxicação desses compostos”, explica a nutricionista. No quesito sabor, o sal do Himalaia é mais agradável e suave do que o sal de cozinha refinado. Na hora de preparar os alimentos é bom ficar atento a temperatura de preparo, já que em temperaturas muito altas alguns minerais podem ser perdidos, e dependendo do prato, o mais indicado é utilizar o sal após o cozimento para equilibrar e acentuar o sabor. Aqui, a nutricionista alerta para a quantidade de sal usada em cada preparo. “É bom ficar atento a quantidade usada de sal, como ele ‘salga menos’ por ter menor teor de sódio, ao invés de adicionar mais sal, o ideal é adicionar mais especiarias e ervas como orégano, manjericão, tomilho, pimenta do reino, raspas de limão, alho e cebola, que ajudam a dar mais sabor aos preparos mantendo-os mais saudáveis”, complementa. Quanto ao flúor, um dos minerais presentes no sal, ele é um flúor natural que está presente em diversos alimentos como abacate, maçã, arroz, feijão, frutos do mar, alho e até na água. Tanto flúor quanto o iodo, foram adicionados ao sal para evitar algumas doenças na população por deficiência desses minerais. Para a nutricionista, essas informações também devem ser avaliadas, já que podem existir adulterações em algumas marcas de sal. “Atualmente, a dosagem usualmente aplicada e que se mostra mais eficaz na prevenção da cárie com menores possibilidades de risco do aparecimento de fluorose é de 250 ppm (250 mg de flúor por kg de sal). Esse método é reconhecido pela Organização Mundial de Saúde como um método viável, prático, seguro e eficiente, porém, em termos nacionais, não ocorreu efetivamente um controle adequado do teor de flúor agregado ao sal, sendo assim, a Portaria nº 851, de 1992, revogou definitivamente a fluoretação do sal no Brasil”. Outra polêmica do sal rosa é sobre a pureza desse produto, uma vez que todo sal deve ser capaz de ser dissolvido na água. A especialista explica que o mineral que se dissolve em água é o Na+, como o sal refinado tem mais sódio, ele se dissolve melhor que o rosa. Mas que o sal roda de boa procedência deve sim diluir em um líquido (água de cozimento do seu macarrão, nos legumes, dentre outros). Para finalizar, se você quiser saber se o sal rosa que você comprou é de boa qualidade, por possuir minerais de maior densidade ele precipita mais fácil, ou seja, é depositado no fundo da panela assim que adicionado. Porém, se o sal que você está usando não dissolver de forma alguma, desconfie, ele pode estar adulterado. Inúmeras pesquisas estão sendo feitas por profissionais qualificados para garantir ao consumidor a qualidade e autenticidade em relação a esse tipo de produto, fique atento. “Hoje temos acesso a um grande número de informações, e isso gera distorção nas pesquisas e notícias que vemos. Existem órgãos como a Anvisa e o INMETRO, responsáveis por fiscalizar e informar ao público consumidor a qualidade das marcas, é bom ficar atento”, comenta a especialista. A polêmica “tabela nutricional” Outra polêmica em torno do sal rosa é em relação a sua tabela nutricional. Segundo a Smart Temperos, uma das importadoras do sal para o Brasil, nesse tipo de tempero (sais e especiarias) são dispensados da tabela nutricional conforme legislação RDC nº 360, da ANVISA, publicada no Diário Oficial da União, de 26 de dezembro de 2003. Para o consumidor ficar mais tranquilo quanto a qualidade do sal, é só avaliar se ele está registrado e aprovado pela ANVISA. É fundamental comprar o produto em embalagens fechadas, já que há um grande risco de adulteração no sal do Himalaia a granel. Quantos aos minerais e ao iodo presentes na composição do sal, a empresa explica que todos os seus produtos estão dentro dos padrões exigidos e que não fazem mal a saúde. “De acordo com a Anvisa em seu Decreto nº 75.697/1975, que aprova padrões de identidade e qualidade (PIQ) para o sal destinado ao consumo humano todos os sais comercializados no Brasil devem possuir iodo. A legislação exige presença de iodo quantidade igual ou superior a 15 µg (quinze microgramas) até o limite máximo de 45 µg (quarenta e cinco microgramas) de iodo por quilograma de produto, ppm (parte por milhão). De fato, o sal rosa tem mais benefícios que o sal comum, é importante ficar atento a procedência do produto, assim você poderá usá-lo sem colocar em risco a sua saúde e dos seus familiares”, completa Beatriz Rocha, da Smart Temperos.
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