Algumas pesquisas indicam que a compra de uma residência é o principal sonho de consumo dos brasileiros, seguido por carro e educação. Apesar do brasileiro ter esse sonho, é interessante observar que dos 67 milhões de domicílios existentes no país 74% deles já são próprios, sendo que 68% são quitados. Em média, apenas 5% estão em financiamento (na região Sul o percentual financiado é de 8%). Esse volume de imóveis financiados parece pouco expressivo, porém há muito que se comemorar, pois o volume do crédito habitacional cresceu mais de 10 vezes nos últimos 10 anos, alcançando mais de R$ 500 bilhões. Em 2009, o governo federal lançou o programa Minha Casa Minha Vida. Ele visa auxiliar a compra da casa própria para as famílias brasileiras de baixa renda. Atualmente, famílias com Renda de até R$ 6.500 podem se beneficiar do programa, com juros reduzidos e até subsídios – que podem chegar a 90% do valor do imóvel para famílias que possuem Renda mensal de até R$ 1.800. As pessoas que não poderão contar com um bom subsídio deverão acumular recursos suficientes para dar de entrada no imóvel. Assim, qual é o momento de se comprar um imóvel? Quando você já estiver estabelecido profissionalmente ou quando acreditar que está fazendo um ótimo negócio. Quando não comprar um imóvel? Quando o local da sua residência permanente ainda não estiver claro o bastante, por razões profissionais. Comprar e vender um imóvel é muito caro. Em algumas cidades como Londrina e Maringá as alíquotas podem chegar a 2% e em Curitiba chega a 2,7%. Além disso, há custos de cartório, IOF (caso o imóvel seja financiado) e despesas para a obtenção do crédito. Na venda, há a comissão da imobiliária e impostos, quando for aferido ganho. Em vista disso, há uma necessidade que o imóvel se valorize 10% apenas para pagar os custos. Posso comprar um imóvel financiado? Sim, principalmente se conseguir entrar no programa Minha Casa Minha Vida que conta com juros subsidiados. Apesar das demais linhas apresentarem juros maiores, eles estão, neste momento, bem abaixo da taxa de juros básica (Selic – 14% ao ano) e em alguns anos, como ocorreu em 2015, ficaram muito próximo da inflação (o IPCA foi de 10,6%). Nota do Editor: Raphael Cordeiro é consultor de investimentos, sócio da Inva Capital, coordenador do curso de EAD em Finanças Pessoais da Universidade Positivo (UP) e autor do livro “O Sovina e o Perdulário”.
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