É freqüente as pessoas experimentarem, ao longo da infância e da adolescência, muitos medos, transitórios e associados a uma determinada idade. Em geral, estes não deixam marcas profundas, embora o medo exagerado de estranhos pode ser substituído, na idade adulta, por uma forma de timidez. Os medos são gradualmente superados ou bem atenuados com o desenvolvimento da maturidade e as experiências de aprendizagem que vão ajudando a vencer essas etapas. De modo geral, podemos dizer que é aceitável, e até esperado, que as crianças de um ano tenham medo de desconhecidos e que entre 2 e 4 anos esse medo se revele mais em relação a animais, chuvas, vento. Dos 4 aos 6 anos é comum o medo de fantasmas, bruxas, escuro e separação dos pais. Dos 6 aos 9 anos, o medo do ridículo, da rejeição dos colegas e da violência física é comum. Dos 9 aos 12 anos, as crianças temem o mau desempenho escolar, as brigas entre seus pais, assim como doenças e enfermidades. Dos 12 aos 18 anos, as questões que mais assustam são as relações interpessoais e a perda da auto-estima. Os medos exagerados, que aumentam ou persistem por mais tempo que o esperado, tornando-se inadequados à faixa etária e que interferem no cotidiano da criança, devem ser objeto de cuidados. As fobias, que são formas exageradas de medos e que não são passíveis de um controle voluntário, aparecem em geral entre os 4 e 5 anos e requerem cuidados especiais de profissionais. É preciso bom senso nessa questão: os pais devem observar com cuidado a duração e a evolução desses sintomas nos filhos, optando por consultar um especialista caso o medo seja muito persistente, pois este pode vir a perturbar todo desenvolvimento da criança, inclusive seu rendimento escolar. Nota do Editor: Maria Irene Maluf é pedagoga especialista em Psicopedagogia e Presidente Nacional da Associação Brasileira de Psicopedagogia.
|