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Arte e Cultura
11/05/2004 - 06h48
O pensar Pirão deve ser geral
Carlos Rizzo
 

Certa tarde deste novo milênio estávamos conversando sobre o paternalismo que o Estado impõe sobre a arte, sobre a verdadeira arte. Essa mania brasileira de estatizar tudo quanto é expressão de pensamento; de misturar pensamento com anseio; de misturar arte com burocracia. De tratar arte e artesanato como se fosse um hambúrguer do McDonald’s. E infelizmente concluímos que desde o Renascentismo ainda não se criou nada melhor que o mecenato na relação entre a Arte e o Estado.

É muito difícil escrever sobre o que é arte ou o que é artesanato. Dá muita discussão porque cada um de nós tem a sua opinião e acho que não existem duas opiniões iguais. Que bom! Para ficar mais fácil prefiro colocar a situação nos seguintes termos: Você artista, está satisfeito com o valor que os seus trabalhos tem alcançado? Você consumidor de arte, encontra com facilidade, objetos que satisfaçam o seu critério de beleza? Você burocrata, detentor de algum poder sobre regulamentação da arte: tem certeza que você é competente? Você vereador eleito pelo povo: tem certeza que uma lei resolve o problema? Excetuando o burocrata tenho certeza que todos responderam não. Este é o ponto, somente o burocrata está satisfeito com a sua relação com a arte porque o pedaço que lhe cabe nesta questão é um salário todo mês. Todos os outros dependem de fluidez, de qualidade, de trabalho, inspiração, transpiração e todos estão cansados de ver que este modelo que está aí só tem empobrecido nossa arte e matando de fome nossos artistas. Ou todos viramos burocratas (não haverá lugar para todos) ou mudamos esse pensamento que só no mecenato a arte sobrevive.

Sempre me lembro de Bruñel quando se referiu à censura: Não foi a censura que sufocou a sua arte, foi você que não foi capaz de driblá-la. E parafraseando: Não é a burocracia que impede a sobrevivência da nossa arte, somos nós que não encontramos um jeito de viver sem que ela nos atrapalhe. Burocracia e burocratas sempre irão existir, vamos deixá-los em paz com seus carimbos, despachos, mesas e cadeiras para descansar seus traseiros. Que é só isso que importa para a burocracia, ter traseiros para usar as suas cadeiras, e aos burocratas ter cadeiras para descansar seus traseiros, só isso. Então vamos deixá-los em paz e vamos fazer a nossa parte.

E nossa parte qual é? Aqui sim acho que todos responderão em uníssono: Sobreviver, ganhar o nosso pão de cada dia, ver-se valorizado naquilo que fazemos melhor: Arte. E não mais que isso.

Quer um exemplo prático? Pirão Geral.

Você sabe de onde vem o dinheiro que paga cada Pirão? E, no entanto vamos para um ano de Pirão. Vamos para um ano de Pirão e a gente, infelizmente, poderia nominar os quatro ou cinco que durante este tempo todo, proporcionaram todos os momentos de arte que vocês puderam ver, ouvir e participar. Não vamos nominar para evitar melindres e vaidades desnecessárias e porque na verdade, o Pirão é feito da conquista de cada um de nós. Tem uns que trabalham de segunda a segunda fazendo Pirão, seja lavando as roupas usadas no domingo seja contatando gente para participar, seja pagando contas que inevitavelmente são contratadas. Tem o aluguel do caminhão, o aluguel do som, a impressão de filipetas e tem uma fila imensa de artistas que poderiam se apresentar, mas que não vêm porque não tem dinheiro para a condução, e a gente não tem dinheiro nem para dar um prato de pirão aos artistas que se apresentam. Que dirá o cachê que eles teriam por direito.

E tem gente que quer simplesmente vir e assistir, o que também não deixa de ser uma colaboração.

E como ficamos? Creio que concordamos que é melhor deixar os burocratas em paz, então não vamos pedir dinheiro para eles. Ou vamos parar de pensar Pirão? Vamos deixar de ser Pirão.

Para você ter uma idéia a Prefeitura deve destinar para a Cultura até 3% da arrecadação, ou seja, cada um dos habitantes paga até R$30,00 por ano para a Cultura do nosso município. E o que vemos?

É importante lembrar que tudo o que apresentamos é na rua e para a rua, não temos bilheterias, não temos catracas, não cobramos impostos, não cobramos ingressos. Só queremos a alegria de todos. E pode fazer parte da sua alegria de partilhar momentos, a alegria de colaborar nas despesas, pois existe uma grande diferença, aqui você vê como e para quem foi o seu dinheiro, esta tudo na rua, e ter a certeza que após cada Pirão feito, estaremos trabalhando para um novo Pirão cada vez melhor.

Com a colaboração de todos faremos um ano de Pirão e com certeza um Pirão mais humano.

PIRÃO GERAL.
VOCÊ PODE PENSAR ASSIM.

A Confraria dos Escritores de Ubatuba foi criada dia 1° de abril de 2003, lançou um livro de apresentação dos confrades, participou diretamente do lançamento de mais três outros livros, editou três boletins informativos e implementa, o projeto Confradinho, abrindo horizontes para jovens escritores.

O primeiro Pirão Geral foi em junho de 2003, tivemos mais de 20 edições onde cerca de 300 artistas se apresentaram para mais de 4000 pessoas assistirem. Do Pirão Geral saiu o Auto do Boi de Conchas e o grupo que o encena e tem gabarito para se apresentar em qualquer lugar do mundo.

Acha pouco?
Junte-se a nós que faremos muito mais.

Confraria dos Escritores de Ubatuba
Rua Dr. Esteves da Silva, 246
nossoceu@yahoo.com.br

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