Especialista e estudo garantem que a planta não é um potencial foco para reprodução do Aedes aegypti
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Todo cuidado é pouco em relação à dengue. O vírus transmitido pela fêmea do mosquito Aedes aegypti já fez centenas de vítimas em todo o país. Só no Paraná, no último ano foram registrados mais de 53 mil casos e 59 mortes. Com tratamento baseado apenas no alívio dos sintomas, a principal forma de combate à doença ainda é eliminar os criadouros do mosquito vetor, que também é responsável pela transmissão do Zika e febre Chikungunya. Qualquer acúmulo de água pode ser um possível foco de proliferação, já que o mosquito se reproduz apenas em água limpa e parada. Neste contexto, as bromélias, plantas ornamentais tropicais muito comuns em várias regiões do Brasil, vêm sendo injustamente apontadas como responsáveis por propagar a doença. Com mais de 3,2 mil espécies, as bromélias caracterizam-se pelo agrupamento de suas folhas em formato circular provocando uma retenção de água no centro da planta, o que faz com que as pessoas acreditem ser um local adequado para as larvas do mosquito. Porém, uma pesquisa realizada pelo Instituto Osvaldo Cruz (IOC/Fiocruz), na cidade do Rio de Janeiro (RJ), desmitificou esta crença. O estudo, desenvolvido pelo biólogo Marcio Mocelin, avaliou 156 bromélias durante um ano inteiro, e apenas 0,07% de um total de 2.816 formas imaturas de mosquitos coletadas nas bromélias durante o período correspondiam ao Aedes aegypt. Sendo que no mês de abril, período em que houve a maior taxa de captura, das 376 formas imaturas encontradas nas bromélias analisadas apenas dois exemplares eram equivalentes ao gênero Aedes. Bruno José Esperança, diretor geral da Esalflores, maior floricultura e Garden Center do sul do país, também defende que as bromélias não apresentam perigo. “Algumas pessoas têm resistência, mas sempre esclarecemos estas informações. Atuamos há 20 anos no segmento e nunca foi relatado qualquer caso de foco de mosquito por nossos consumidores”, afirma o especialista. Além disso, Bruno detalha que a água acumulada pelas bromélias funciona como um reservatório de nutrientes e é constantemente absorvido pela planta. “Isso difere a água acumulada pela bromélia da água parada em recipientes artificiais, assegurando que elas não são uma ameaça. O monitoramento deve predominar nos focos já conhecidos, como caixas d’água, garrafas e pneus”, completa o diretor geral da Esalflores.
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