Horácio Carabelli      Fábrica destruída a 1000 metros do estaleiro.

O Brasil 1, primeiro barco brasileiro na Volvo Ocean Race, escapou ileso do tornado que atingiu a região de Indaiatuba no início da noite de terça-feira. A tempestade destruiu prédios do Distrito Industrial da cidade paulista, onde fica o estaleiro ML Boats. O centro do tornado passou a 500 m do local em que o barco está sendo construído.

Os ventos atingiram mais de 100 km/h a partir de 17h30. A prefeitura decretou estado de calamidade pública na quarta-feira e parte da cidade ficou sem luz, telefone e água até a manhã desta quinta-feira. Indústrias, prédios municipais e ao menos 400 casas foram destruídos, segundo a imprensa local.

"Não percebemos o tamanho do estrago até o dia seguinte. Eram 17h30 e estávamos trabalhando no estaleiro. Não tínhamos noção da força que os ventos atingiram", explica Horacio Carabelli, diretor técnico do projeto. "A 500 metros do estaleiro, indústrias foram destruídas, mas aqui (no estaleiro), não aconteceu nada", conta.

Kiko Pellicano, que tinha acabado de chegar á cidade para acompanhar o final da construção do Brasil 1, não se assustou. "O único problema mesmo foi a falta de luz, que fez com que parássemos de trabalhar mais cedo", afirma o velejador, medalha de bronze justamente na classe Tornado nos Jogos Olímpicos de Atlanta, em 1996.

O cronograma da construção segue inalterado. O Brasil 1, patrocinado por VIVO, Motorola, QUALCOMM, Apex, ThyssenKrupp e NIVEA Sun, fica pronto no começo do próximo mês. O batismo será no Rio de Janeiro, no dia 21 de junho. A equipe está definida com o comandante Torben Grael, os brasileiros Marcelo Ferreira, Kiko Pellicano, João Signorini, André Fonseca e o reserva Eduardo Penido, a australiana Adrienne Cahalan, única mulher inscrita até agora na Volvo Ocean Race, os espanhóis Guillermo Altadill e Roberto Chuny Bermudez, o neozelandês Stuart Wilson e o norueguês Knut Frostad.

A Volvo Ocean Race começa em 5 de novembro, em Sanxenxo, na Espanha. A primeira perna terá largada em Vigo, também Espanha. A regata de volta ao mundo passa ainda por Cidade do Cabo (África do Sul), Melbourne (Austrália), Wellington (Nova Zelândia), Rio de Janeiro (Brasil), Baltimore, Annapolis e Nova York (Estados Unidos), Portsmouth (Inglaterra), Roterdã (Holanda) e Gotemburgo (Suécia).