Na primeira sexta-feira de outubro comemoramos o Dia Interamericano da Água. O propósito da data é sensibilizar a população sobre a importância da conservação deste recurso natural tão precioso, visando manter a saúde humana e bem-estar de todos. A data foi criada em 1992, na cidade de Havana, Cuba, durante o Congresso Interamericano de Engenharia Sanitária, Associação Caribenha de Águas e Águas Residuárias Association. Em 2002, os órgãos juntaram-se na Organização dos Estados Americanos (OEA). Na época da criação, o Brasil preocupava-se com os longos períodos de seca e desertificação que ocorriam na região Nordeste. O nosso país sempre teve a maior bacia hidrográfica do mundo e apesar da seca do Nordeste, não imaginávamos que a água seria um bem tão disputado e escasso. Anualmente a comemoração adota um tema para a celebração. Este ano, o tema escolhido foi “Água é tudo”. As ações tiveram como foco a melhoria na gestão da água, incluindo a redução de doenças oriundas dela e consequentemente o controle sustentável. Um exemplo de ação comemorativa em nosso país está na cidade de Porto Alegre. A população sediou a XV Semana Interamericana da Água, onde mais de 1.200 atividades foram realizadas durante o evento como, por exemplo, pedaladas, limpezas das bordas dos rios, visitas as estações de tratamento, exposições fotográficas, entre outras. Em pleno século XXI, a água é nosso principal problema ambiental. Atualmente ocorrem situações climáticas críticas como inundações e deslizamentos urbanos e a escassez e desertificação aumentou. A água, hoje, é motivo de polêmica e altas tensões políticas em diversas partes do mundo. Eventos críticos e enchentes incidem diretamente no agravamento da desertificação. Chuvas intensas por curto período em solo árido e baixa porosidade podem ocasionar erosão. Solos férteis que passam por períodos de estiagem acabam prejudicando a agricultura. Enfim, com estas mudanças climáticas que estão ocorrendo em função do aumento de emissões de CO2 as inversões térmicas serão cada vez mais frequentes, as estações do ano não serão mais tão definidas e os acidentes ambientais tornar-se-ão mais frequentes. Sistemas de alerta para prevenir a população das catástrofes ambientais já são adotados em alguns países. Sem falar nas doenças oriundas das águas não tratadas. Estima-se que 37 crianças morram diariamente decorrentes dessas doenças, além da falta de saneamento. A população deve estar cada vez mais consciente e buscar alternativas visando reduzir o consumo, assim como, o governo deve implantar sistemas de energia limpa, campanhas educativas, tratamento de água eficientes, utilizar água de reuso enfim, tem que se movimentar. Água vai faltar e como o próprio tema de 2015 diz, “Água é tudo”. Nota do Editor: Marcia Ramazzini é engenheira civil pela PUC Campinas, engenheira em segurança do trabalho e meio ambiente pela Unicamp e mestranda em Saúde Ocupacional também pela Unicamp. Tem especializações em Riscos Industriais e Construção Civil pela OSHA (Occupational Safety Health Administration), Ministério do Trabalho dos Estados Unidos. Marcia é diretora da Ramazzini Engenharia e tem 20 anos de experiência de mercado.
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