Com o aumento das demissões e as dificuldades para recolocação a curto prazo, voltam a surgir no mercado as vagas “cinderela”, que parecem ótimas oportunidades, mas logo se transformam em verdadeiras “abóboras”. O alerta é de Luciana Tegon, sócia-diretora da Tegon Consultoria, empresa especializada em processos de recrutamento e seleção, bem como em recolocação de executivos. Segundo Luciana, é justamente em momentos como este que profissionais desempregados passam a receber ligações de empresas que se dizem consultorias de recrutamento e seleção e que oferecem vagas “imperdíveis”:

“A pessoa recebe uma ligação de uma consultoria que diz estar em busca de um profissional para uma grande empresa. Eles até te falam o nome da empresa, para você ficar animado, mas o fato é que, na maioria dos casos, a vaga pode até existir, mas essa consultoria não está envolvida no processo de seleção do candidato. Assim que você se interessa eles agendam uma entrevista e te dizem que você precisará pagar uma taxa para revisão de currículo ou produção de cadastro ou aplicação de teste de perfil. É nessa hora que você precisa sair correndo: nenhuma empresa de recrutamento séria cobra do candidato em processos de seleção para quaisquer oportunidades”, alerta Luciana.

De acordo com a sócia-diretora da Tegon Consultoria, os profissionais desempregados não podem se deixar levar pelo desespero, pois isso potencializa os erros e as perdas financeiras justo em um momento em que a pessoa não pode se dar ao luxo de perder dinheiro: “Como em tudo na vida, os profissionais desempregados precisam avaliar a empresa que os está chamando para a vaga. Pesquisar na Internet, consultar o nome da empresa em sites como Reclame Aqui ou na busca do Google, ajuda a evitar que o candidato caia em armadilhas”, orienta Luciana.

O golpe da vaga “cinderela” está voltando com tudo ao mercado especialmente em função do crescimento do desemprego. Segundo Luciana, os candidatos que buscam uma recolocação precisam tomar cuidado com esse tipo de ligação, pois o desespero por uma oportunidade pode levar o profissional a cair na armadilha e perder dinheiro: “A orientação que nós damos é a de que os candidatos busquem se informar em detalhes antes de aceitar participar de um processo de seleção para uma vaga 'imperdível'. Muitas vezes a consultoria só vai dizer que há uma taxa depois que o candidato passou por uma entrevista ou fez um teste qualquer. Ao receber a chamada, pergunte logo de cara se há custos no processo. É importante anotar o nome da consultoria. Se a pessoa disse o nome da empresa para a qual está buscando candidato, uma ligação para o RH da empresa pode ajudar a esclarecer se essa consultoria tem autorização para fazer essa ação. Pesquisar o nome da consultoria na Internet, no Google ou Reclame Aqui, é obrigatório. Em um processo seletivo o candidato jamais deve pagar por serviços como 'revisão de currículo', 'produção de cadastro' ou mesmo 'aplicação de teste de perfil', uma vez que as boas consultorias já são remuneradas pelas empresas para fazer isso sem cobrar dos candidatos”, enfatiza Luciana.

Processo de recolocação – Uma coisa totalmente diferente é o candidato contratar uma consultoria para obter apoio em sua recolocação. Há empresas especializadas nessa atividade, como a própria Tegon Consultoria: “Mas mesmo neste caso, não pode haver nunca uma promessa de recolocação caso o candidato faça um pagamento. Isso porque nenhum profissional de RH sério pode prometer ou garantir um emprego a um profissional que contrata o serviço de apoio à recolocação. Os processos de seleção em empresas envolvem o pessoal do RH, o gestor da área onde o candidato vai trabalhar e às vezes até pessoas de outras áreas, o que torna a contratação totalmente transparente e norteada essencialmente por princípios de mérito”, explica Luciana.

Para processos de recolocação previamente contratados, o candidato terá seu currículo avaliado e melhorado; receberá treinamento para se sair bem em entrevistas; terá orientação para se posicionar bem nas redes sociais e desenvolver um bom networking; e, no caso da Tegon, o maior diferencial é que terá seu laudo personalizado enviado diretamente às empresas mapeadas como potenciais empregadores.

“A busca por uma recolocação é algo que exige foco. Costumo dizer que procurar um emprego é um trabalho. A pessoa precisa acordar cedo, tomar seu café, se vestir como se fosse trabalhar, sentar na frente do computador e batalhar por sua recolocação. Se ela puder contar com ajuda especializada, tanto melhor. Mas é preciso evitar as armadilhas que aparecem a todo momento”, orienta Luciana.