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10/08/2015 - 18h00
5 fatos que incomodam a quem tem calvície
 
 
Apesar das muitas piadas, a queda de cabelos pode gerar transtornos emocionais

“A feiúra é um campo sem grama, uma planta sem folhas ou uma cabeça sem cabelos”, escreveu Ben Jonson, em “A mulher silenciosa”. O trecho foi escrito no século XVII, mas ainda reflete o que se passa na cabeça de muitos homens e algumas mulheres que, por causas diversas, enfrentam a calvície e se sentem feios por isso. “Acredito que ninguém, se tivesse escolha, optaria por perder os cabelos. Os fatores emocionais envolvidos em viver com a falta dos fios são grandes”, pondera Otávio Boaventura, cirurgião plástico especialista no tratamento de calvície e membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia e Restauração Capilar.

Segundo o médico, conviver com a alopecia pode ser difícil em uma cultura que vê o cabelo como um sinal de juventude e boa saúde. “Não se deve zombar ou denegrir alguém que já se sente dolorido”, afirma. Nessa linha, Boaventura levantou uma série de fatos e pensamentos que passam pela mente de quem sofre com a calvície, a fim de auxiliar na compreensão desse problema:

1) O fim da juventude

A perda de cabelo, tanto em homens quanto em mulheres, faz com que a pessoa aparente ser um pouco mais velha. Consequentemente, para muitos, os primeiros sinais de calvície – mesmo antes de ela ficar perceptível aos olhos dos outros – já representam o drama de que a juventude acabou. “O que acontece, nessa situação, é que o indivíduo sente que sua vitalidade e, em algumas vezes, até seus desejos, foram embora”, pontua Boaventura. E completa: “Até quando se tornam calvos ainda muito jovens, homens têm tendência a se sentirem mais velhos”.

2) Insatisfação com a aparência

Pode ser sofrido e até frustrante se olhar no espelho e notar uma mudança involuntária no visual. Boaventura relata que é comum a busca por uma camuflagem, a fim de tampar falhas. Alguns fazem isso com o que resta de fios, outros optam por usar chapéus e bonés durante todo o tempo.
Segundo ele, as mulheres tendem a sofrer ainda mais do que os homens. “Até porque os casos de calvície feminina são mais raros, elas podem se sentir mais inseguras, com receio de que o mundo não as aceite assim”, diz.

3) Baixa autoestima, perda da autoconfiança e timidez

Sentir-se belo é uma das grandes preocupações humanas e, ao achar-se feio, um indivíduo deixa a autoestima vulnerável. Apesar dos cabelos não serem garantia para a confiança, a queda leva alguns homens a se sentirem inseguros e menos atraentes, especialmente ao conquistar alguém.

4) Virar motivo de piada e humilhação

Ao alcançar o estágio visível, começam as piadas. “Esse é um dos pontos mais complicados, a meu ver. As pessoas zombam e fazem piada o tempo todo a respeito dos carecas, mas se esquecem de perceber se isso gera desconforto na pessoa em questão”, ressalta o especialista. Boaventura acrescenta que fazer anedotas com alguém que já está se sentindo mal pela situação em que se encontra, pode levar a quadros mais graves de desesperança. “Há estudos que mostram grande número de pessoas com alopecia que apresentam altos índices de ansiedade e depressão”.

5) Impactos negativos na vida social

Os cabelos são, para muitos, como um cartão de visita. Antes de começar uma relação, por exemplo, as pessoas querem estar bem e, muitas vezes, o cabelo pode complementar esse visual. Quem sofre de alopecia sabe disso. “Problemas no casamento ou profissionais são frequentemente relatados por pacientes. Um homem que atua, por exemplo, diante das câmeras como uma figura pública, pode se sentir devastado ao ficar careca”, exemplifica Otávio Boaventura. Ele acrescenta que alguns chegam a evitar eventos sociais, como casamentos e festas, por saber que há chances de serem fotografados.

Soluções

Dr. Otávio explica que grande parte desses problemas tem solução. “É importante conversar com um especialista, que vai ajudar o paciente a resolver ou minimizar bastante todos os inconvenientes do problema”. São orientações importantes, que podem envolver mudança de hábitos alimentares, ingestão de vitaminas e remédios ou, até mesmo, transplante capilar. “Todos os nossos esforços são para que o paciente tenha um resultado perfeitamente natural, sem absolutamente nenhum estigma que indique que ele tenha sido operado”, afirma.

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