Na sexta-feira, 6, o ministro Furlan, do Desenvolvimento, visitou o local de construção do veleiro
| Luiz Doroneto / @doro foto | | | | Representantes dos patrocinadores visitam o Brasil 1. |
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O Brasil 1, primeiro barco brasileiro a disputar a Volvo Ocean Race, mais tradicional regata de volta ao mundo, está a um mês de sua primeira viagem. O processo de construção entra, nesta semana, em seus últimos 30 dias no estaleiro em Indaiatuba, no interior de São Paulo. Depois, o veleiro de 70 pés, o mais moderno já construído no país, segue para o Rio de Janeiro, onde serão instaladas as últimas partes do barco antes da primeira velejada. "Temos pela frente a montagem de todos os sistemas elétricos e eletrônicos do barco, além da pintura. Como o cronograma está sendo cumprido, em um mês vamos colocar o barco na estrada, rumo ao Rio de Janeiro", disse Horácio Carabelli, diretor técnico do projeto. A viagem de Indaiatuba até o Rio de Janeiro deve durar três dias. Na segunda-feira, começa a pintura. O desenho do barco foi divulgado há uma semana, no Rio de Janeiro. A instalação das peças externas, como as catracas, só será feita com o veleiro pintado. Em duas semanas, começam as instalações dos aparelhos que serão usados durante a volta ao mundo, como os motores. Nesta sexta-feira, o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Luiz Fernando Furlan, um dos primeiros incentivadores do projeto brasileiro, visitou o estaleiro. "Um dos objetivos do governo Lula é mostrar ao mundo que o Brasil não é um mero exportador de comodities ou um país simpático, mas também uma nação competitiva em projetos de tecnologia e conhecimento, como é esse barco", afirmou. Antes de ir ao estaleiro, Furlan visitou a fábrica da Motorola, em Jaguariúna. "O barco e a fábrica da Motorola são dois exemplos do que o país pode ser no futuro. Nosso maior desafio é equalizar pelo lado mais avançado", completou. Lars Grael, secretário da Juventude, Esportes e Lazer do Estado de São Paulo e irmão do comandante Torben Grael, fez parte da comitiva que conheceu o Brasil 1 e quebrou o protocolo. Medalhista olímpico, sua maior curiosidade foi com o sistema de quilha basculante. Assim que chegou, sentou-se no chão e olhou embaixo do casco do veleiro, para analisar o local em que será inserida a quilha. "É um sistema que não existe no Brasil", explicou. Além dos dois, visitaram o estaleiro, com direito a volta no interior do veleiro, representantes da VIVO, Motorola, Qualcomm, NIVEA Sun e ThyssenKrupp, os patrocinadores do projeto brasileiro. A Apex (Agência de Promoção das Exportações do Brasil) foi representada pelo ministro Furlan. A Volvo Ocean Race, mais tradicional regata de volta ao mundo, terá oito meses e passará pelos sete mares, com paradas em cinco continentes. A viagem começa no dia 5 de novembro de 2005 em Sanxenxo, na Espanha, e passa por África do Sul, Austrália, Nova Zelândia, Brasil (onde a flotilha chega ao Rio de Janeiro em março), Estados Unidos e Europa, com chegada em Gotemburgo, na Suécia, prevista para junho. A apresentação da tripulação brasileira foi feita em janeiro, no Rio de Janeiro. O comandante Torben Grael escolheu quatro brasileiros, Marcelo Ferreira, Kiko Pellicano, André Fonseca e João Signorini, e cinco estrangeiros, todos com experiência em grandes regatas. A navegadora Adrienne Cahalan, da Austrália, por exemplo, foi a primeira mulher a quebrar o recorde de velocidade na volta ao mundo, em 2003, a bordo do Cheyenne. O espanhol Guillermo Altadill acumula mais de 330 mil milhas náuticas. O outro espanhol da tripulação, Roberto Chuny Bermudez, e o neozelandês Stuart Wilson foram vice-campeões na última Volvo Ocean Race, a bordo do barco sueco Assa Abloy. O norueguês Knut Frostad, que só estará na equipe nas etapas dos Mares do Sul, é outro vice-campeão, mas com o Intrum Justitia, em 1993/1994.
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