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Comportamento
27/04/2005 - 17h30
Fantasia x realidade – quem vence essa luta?
 
 

Bandidos, mocinhos, super-heróis sempre existiram e povoaram o imaginário infantil. Vai ser sempre assim. Na luta do bem contra o mal, o primeiro sempre vence, pelo menos nesse universo privilegiado. Quem já não pegou em armas e saiu em busca de seu inimigo em quintais, praças e pátios escolares. As brincadeiras de lutas e perseguições proporcionam momentos em que as crianças podem vivenciar seus medos, concordam os especialistas. Mas, e se o garoto ou garota que está personificando o herói se sente no direito de machucar o inimigo representado pelo colega. Lá se vai uma “espadada” na cabeça, muitas lágrimas, compressas de gelo e o bilhete para a mãe da vítima explicando o ocorrência. Cena comum no corre-corre dos recreios escolares.

A televisão é o grande vilão dessa história. Uma pesquisa realizada no Brasil mostrou que a quantidade de cenas de violência é muito maior em desenhos infantis do que em programas destinados ao público adulto. São em média 25 atos violentos por hora contra 5 nos programas adultos em horário nobre. As crianças imitam o que vêem. “A agressividade bem dosada é normal para que a criança aprenda a se defender e a se impor no ambiente em que vive e se desenvolve”, explica Fernanda Fávaro, professora da Escola Red Brick, de São Paulo.

“Mas o que acontece nessas brincadeiras é que elas não saem ‘batendo’ aleatoriamente em seus colegas: uma criança é designada para ser o mal, que deverá ‘apanhar’ de todo mundo. E, na realidade o que elas acreditam é que se baterem nesse mal com um objeto, como acontece nos desenhos animados em que seus personagens favoritos levantam-se e continua tudo bem, essas pessoas não ficarão magoadas e nem machucadas. Porém, quando essa criança (que foi designada para ser má) realmente se machuca, essa fantasia toda se desmorona e, quem a machucou não foi mais o Power Ranger azul, mas sim seu colega de classe”, continua Paola que dá aulas para crianças de 3 a 4 anos dessa escola localizada em Moema.

Para Marcelo Cunha Bueno, da Escola de Educação Infantil Estilo de Aprender, na Lapa, brincar de espada, de luta, de power, desses bichos raros que aparecem na tv é super comum e importante para as crianças. “É justamente nessas brincadeiras que elas podem estabelecer uma diferenciação do que faz parte de seu mundo fantasioso e o que faz parte da realidade. Brincadeiras de luta não transformam as crianças em seres violentos. Muito pelo contrário: elas ajudam as crianças a elaborarem e entenderem o que vêem na televisão! Pegar numa arminha de brinquedo fazer de conta que é um ladrão não é sinal de delinqüência”.

“Se afastamos a possibilidade de a criança vivenciar de maneira lúdica o que ela presencia todos os dias, não daremos a ela uma chance de se relacionar com os fatos cotidianos. É fundamental que isso esteja claro para os pais e para os professores. Ser agressivo nos relacionamentos não tem nenhuma relação com o tipo de brincadeira que a criança escolhe. Aquele que gosta de brincar mais de polícia e ladrão não é mais agressivo do que aquele que brinca de casinha. A criança pode machucar a outra não só brincando de power, pode machucar desenhando, brincando de casinha, correndo e até fazendo um carinho! Mesmo assim você não vai dizer que ela é agressiva!”, conclui o professor.
 
A Escola Quintal de Educação Infantil, no Morumbi, tem postura semelhante. Lá as brincadeiras de luta também acontecem, mas a escola procura dar muitas outras possibilidades às crianças. “Num ambiente rico em estímulos, estas brincadeiras acabam se diluindo”, explica Fernanda Nedopetalski, Orientadora Pedagógica da Quintal. “Às vezes é mais difícil lidar com os pais do que com as crianças”, diz Fernanda. “A escola faz a sua parte, supervisiona as brincadeiras, orienta as crianças e impõe seus limites, mas de casa as crianças trazem todos os acessórios de seus ídolos, como mochilas, lancheiras, tênis e por aí afora”, completa.

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