A aposentadoria normalmente não costuma ser bem assimilada para a maioria dos profissionais. É vista como algo distante, quase impossível de acontecer. Porém, por mais que se queira ignorar o assunto, uma hora ele acaba chegando e pode apanhar de surpresa aqueles que não se prepararam adequadamente. Muitos executivos, acostumados com uma rotina de trabalho por mais de 20, 30, ás vezes, até 40 anos, em uma mesma corporação, vêem-se do dia para noite em outro mundo, de volta à família, aquela que, em muitos casos, ele abdicou para se dedicar à carreira profissional. Além da administração do tempo ocioso, os ex-profissionais (principalmente aqueles que tinham cargos de liderança) sentem falta também do poder, da responsabilidade, em fim, da atmosfera da empresa, onde eram respeitados, possuíam status e uma série de pessoas para operacionalizar as suas decisões. Como resultado, frustração. Desanimado com a falta de perspectiva, e sem ter idéias sobre novas atividades para gerenciar seu tempo, o ex-executivo pode ficar deprimido e desperdiçar toda uma nova etapa de vida que poderia ser muito prazerosa e produtiva. Porém, o que ele não imagina é que seu drama pessoal extrapola as fronteiras da aposentadoria e volta a ser notícia dentro da companhia. Afinal, quem viveu por muitos anos em uma empresa, sempre deixa vínculos, e essas ligações acabam reportando aos outros colegas a situação do ex-companheiro. Considerando a situação acima e, cada vez mais cientes de sua responsabilidade social, as grandes corporações começam a ter cuidado com a aposentadoria de seus colaboradores. Por meio de workshops, palestras e os modernos treinamentos de coaching (orientação de executivos) estão construindo uma "ponte" entre o mundo corporativo e a aposentadoria, preparando os profissionais para encarar com naturalidade os novos desafios. Cuidar do bem estar dos colaboradores, principalmente daqueles que passaram a grande parte da vida a serviço da corporação, é a melhor forma das companhias agradecerem o profissional e, de uma maneira muito direta, auxiliá-lo a encontrar novas possibilidades para fora do mundo corporativo. Se o executivo, durante a carreira profissional, se deixa absorver tanto pelo trabalho que esquece do mundo à sua volta, a empresa, como retribuição a toda dedicação recebida, está assumindo um papel de vital importância, que é o de lembrá-lo que a aposentadoria é do emprego e não da vida. Nota do Editor: Dimas Mietto é Diretor da Multitalento - consultoria profissional, executivo, com especialização em marketing, é especialista em desenvolvimento estratégico e liderança.
|