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Comportamento
04/05/2004 - 18h09
A luta para ser mãe
 
 
Mulheres contam a sua história e comemoram a maternidade.

Ela conseguiu se superar. Saiu de casa, procurou galgar outros espaços na sociedade, ocupou lugares que lhe trouxeram poder e dinheiro. Entretanto, percebeu que deixou lá atrás um desejo em aberto que precisa ser realizado. Para muitas mulheres modernas e independentes que reproduziram muito bem esse novo modelo que começou a surgir após a década de 60, faltou a maternidade. Agora, mais maduras, elas lutam pelo direito de poder ter seus filhos, nascidos do próprio ventre. Se no passado a briga era com os homens ou mesmo na Justiça, hoje é com a Ciência, para que possa ajudá-las a reproduzir.

Parece falta de senso lutar por algo que para a maioria poderia ter ocorrido normalmente aos 20 ou 25 anos - período em que a fertilidade é maior. Mas, será que elas acham isso? "As coisas foram acontecendo normalmente. Sempre pensei em casar, mas, o casamento foi ficando pra depois", conta a bibliotecária Ana Lúcia Dal Pozzo Mendes, de 44 anos, casada há dez.

Outra mãe, Gisela Aiub, concorda: "Não acho errado ter filho mais tarde, pois se tem melhor condição, a vida está mais estruturada, inclusive financeiramente. Você pode curtir mais seus filhos, sua família", considera Gisela, hoje com 36 anos e na sua segunda gravidez. Pensando assim, agora elas vão atrás do direito de ser mãe mais tarde.

Após quase seis anos de tratamento, Ana Lúcia, que passou por um aborto espontâneo, conseguiu engravidar através de fertilização in vitro e hoje é mãe de Nereu Júnior, de cinco meses. "Ele é adorável," diz a mãe coruja. Para ela, a fé foi preponderante para poder ser mãe.

A engenheira civil, escultora e designer Gisela Aiub é o exemplo de mulher realizada profissionalmente e que também queria uma família feliz. Casou-se aos 26 anos e resolveu engravidar. Por apresentar um problema nas trompas, teve que passar por videolaparoscopia e até uma fertilização in vitro. Depois de tentar vários métodos, chegou a pensar em adoção. Foi aí que engravidou, espontaneamente, e nasceu João Vitor - quando ela já estava com 33 anos. Se a primeira gravidez foi mais difícil a segunda veio naturalmente. Como se fosse um presente especial de dia das mães, o menino Pedro deve chegar esta semana.

A história da analista de sistemas Karla Marchioro é um pouco diferente. Mãe aos 19 anos, o que a levou ao casamento, teve, mais tarde, problemas nas trompas. Foi obrigada a procurar outros métodos reprodutivos depois que decidiu casar-se pela segunda vez. Após quase dois anos de tentativas conseguiu engravidar em 2000, através de fertilização in vitro, e deu a luz aos gêmeos André e Gustavo. "Foi bastante desgastante, mas, eu faria tudo de novo para ter a família que tenho hoje", diz ela, aos 34 anos.

Finanças e Afetividade

Todas elas são unânimes em dizer que a estabilidade tanto financeira quanto afetiva são vantagens para quem decide constituir família mais tarde. "Hoje, já consigo planejar quando meu filho vai para a Disney", comenta Ana Lúcia. "Sempre tivemos um relacionamento muito bom, mas, nosso filho veio agraciar nossa união", completa ela.

"Estamos mais unidos, mais maduros pelo o que passamos", concorda Gisela. Sobre o fato de ter se casado mais tarde, Gisela deixa bem claro: "Para mim, por um período a profissão foi prioridade e não me arrependo disso. Foi um processo necessário. Cada coisa a seu tempo", diz.

O ginecologista e especialista em Reprodução Humana, da Clínica Feliccità, Dr. Álvaro Ceschin, comenta que "a infertilidade funciona como uma crise no casamento: ou se separa ou fortalece a união". "Há um mito de que a mulher engravida quando quer, porém, após os 35 ou 40 anos é muito mais difícil", explica. Entretanto, salienta, problemas hormonais, genéticos, de ovulação e também do parceiro são outros fatores que interferem na hora de engravidar.

Parto em dois tempos

A maternidade tardia está diretamente ligada aos avanços da Medicina, entretanto, o exemplo da analista de produtos, Fernanda Santos, é considerado um caso atípico, um caso especial. Como o dela, só existem poucos relatados na literatura médica. Fernanda teve o que tecnicamente chama-se de parto em dois tempos. Esperando trigêmeos, aos 19 semanas de gestação deu à luz a Gabriel, que não sobreviveu por causa da sua prematuridade extrema, e graças a medicamentos e apoio multidisciplinar da equipe médica, conseguiu manter a gravidez. Após mais seis semanas, nasceram os gêmeos, Felipe (620 gramas) e Júlia (630 gramas), hoje de quatro meses.

A obstetra Sônia Salete Schmitz Rathunde lembra que em 20 anos de profissão nunca presenciou nada igual. "Foi um caso de muita coragem, de valorização da vida e da persistência de uma mulher para ser mãe", considera.

Após o nascimento, a outra luta foi pela vida dos dois. A pediatra neonatologista Gislaine Souza Nieto conta que o pequeno Felipe teve várias complicações, entre elas hemorragia intracraniana. "Houve muita dificuldade, mas a fé e dedicação por parte de todos os envolvidos, família e equipe médica, foram fundamentais para o restabelecimento do bebê", conta.

Entre um parto e outro, Fernanda ficou 50 dias internada, um período de persistência, angústia e muita esperança. "Minha história serve de exemplo, nesse período achei que ia morrer, que não ia valer a pena", lembra. "Ainda é bem difícil, ainda dói muito. Pensei que não ia conseguir. Mas, valeu a pena, estou muito feliz com minha família", declara.

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