Sim, para o não? Não para o sim? Não para o não ou sim para o sim? E assim caminha o dilema paterno...
Por incrível que pareça, a criança gosta e necessita de parâmetros, ela precisa dos limites para crescer e se desenvolver de modo sadio. Os limites colocados de forma adequada e segura é uma necessidade na educação dos pimpolhos. Mas por quê? A criança nasce com as janelas de oportunidades, do ponto de vista neurológico, escancaradas, que vão se especializando e se organizando com o passar do tempo e a partir das experiências vividas. Imagine um papel branquinho que vai sendo escrito e desenhado. Se não damos o espaço, o tempo e o material adequado, corremos o risco do desenho sair da folha, da tinta se gastar, e assim por diante. Ou seja, uma criança precisa de direcionamentos para se desenvolver de modo construtivo. Já no âmbito da psicologia e educação a criança passa de uma fase que é chamada de período sensório motor (0 a 2 anos), que se organiza para o período pré operatório (2 aos 6 anos), operatório (6 aos 12 anos) até chegar ao abstrato (12 anos em diante). Ou seja, o bebê sai de uma fase desorganizada de estímulos, percepções e sensações que com o passar do tempo e a partir das experiências, vai se organizando, se especializando. Se não dermos os direcionamentos adequados há um desperdício de possibilidades. Pensemos ainda em uma árvore. É preciso podá-la para que ela atinja a maturidade que forma harmônica. Portanto cuidem da sua plantinha com consciência e sabedoria, aprendendo a dizer o não e também a dizer o sim. Por exemplo, uma criança quer comer fora de hora. Deixar que isso aconteça uma vez ou outra faz com que ela aprenda a não rigidez, a perceber quando tem fome, etc. Mas se ela comer fora de hora sempre dificilmente aprenderá que há períodos do dia adequados para se alimentar, que seu corpo precisa de bons alimentos em determinadas horas, por exemplo. Para o dilema mencionado no início não há uma única resposta, mas o importante é saber dizer um não para o excesso de sim e dizer um sim para o sim consciente. Nota do Editor: Adriana Fóz Veloso é educadora, psicopedagoga, poetisa, escritora e consultora educacional.
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