Em 30 de outubro de 2007 a FIFA anunciou oficialmente o Brasil como país-sede da Copa do Mundo de 2014. Doze cidades das cinco regiões do Brasil receberão esse megaevento. Um forte investimento seria direcionado para construção e ampliação de aeroportos, estádios e novos sistemas de transportes com o objetivo de adequar a infraestrutura das capitais aos milhares de turistas que virão ao evento. Dentro deste panorama é natural que o país se sinta lisonjeado com tamanha credibilidade. No entanto, junto com esta oportunidade, também vem a responsabilidade, a necessidade de fazer bem feito.

O montante inicial de investimentos, estimado em R$ 24 bilhões, já atinge R$ 26,5 bilhões. A cifra é R$ 2,7 bilhões maior que o previsto no primeiro balanço orçamentário da União, de janeiro de 2011. E deve aumentar. Apenas com uma gestão político-administrativa íntegra, forte e comprometida será capaz de realizar a Copa com sucesso.

Estamos falando de um evento que posicionará o Brasil no patamar de credibilidade e admiração internacional, beneficiando toda a sociedade brasileira. O investimento financeiro envolvido nos dá a verdadeira dimensão dos negócios que podem ser gerados e revertidos em desenvolvimento econômico e social do País.

Até o momento apenas três, dos doze estádios prometidos estão prontos: Mineirão (MG), Castelão (CE) e Arena Fonte Nova (BA). Estamos atrasados também em todas as áreas que necessitam de investimentos tanto para a Copa 2014, quanto para as Olimpíadas 2016. Os principais gargalos estão nas obras dos aeroportos, portos, rodovias, telecomunicações, além da falta de segurança pública e baixa expansão da rede hoteleira. A falta de sinalização é outra grande falha de infraestrutura do Brasil para recepção de estrangeiros. Nem mesmo São Paulo, o maior centro econômico do País, tem placas em inglês, para orientar um turista perdido pela cidade.

Temos boa vontade, simpatia e otimismo de sobra, mas não basta. Agora é que começaram a implantar programas de privatização nos aeroportos e portos com enorme atraso. O entusiasmo das comunidades onde acontecerão os jogos da Copa e os Jogos Olímpicos, no Rio de Janeiro, contribuirá para atenuar algumas das inconveniências que nós teremos no plano da infraestrutura. Todo mundo gosta de um sorriso, de uma atenção, de uma delicadeza. Não há ninguém no mundo que não se sensibilize com isso. Esse é o nosso lado bom. Mas não basta.

O poder público está consciente do que deve ser feito, mas essa percepção está atrasada. Para contribuir com ideias que possam equacionar esses gargalos, estará em debate no Fórum de Comandatuba [a 12ª edição será realizada entre os dias 27 a 30 de abril de 2013], o tema Brasil: Preparado para Copa e Olimpíadas? com as principais lideranças políticas e empresariais do País. O objetivo é ter uma agenda positiva. Afinal, falta pouco mais de um ano para a Copa 2014 e o Brasil precisa acelerar para diminuir as deficiências e aumentar seu preparo o evento. E, assim, garantir uma posição razoavelmente boa na organização da Copa. O resto fica por conta da alegria do povo brasileiro.

Nota do Editor: João Doria Jr., presidente do LIDE – Grupo de Líderes Empresariais.