Estatísticas de acidentes no Carnaval revelam necessidade de mudanças na questão "álcool e direção", de acordo com o CISA (Centro de Informações sobre Saúde e Álcool).
O aumento do número de mortes nas estradas durante o Carnaval vem reforçar a necessidade de mudanças urgentes defendidas pelo CISA (Centro de Informações sobre Saúde e Álcool) em relação ao tema "uso abusivo de álcool e direção". De acordo com a Polícia Rodoviária Federal, 51 pessoas morreram em decorrência de acidentes nas rodovias estaduais paulistas neste feriado, contra 38 no ano passado, o que representa um aumento de 34,21%. A embriaguez foi apontada como causa em 26% das ocorrências, um crescimento de 4% sobre os dados do mesmo período no ano passado. Diante desse quadro, o CISA considera fundamental a mobilização do governo e também da sociedade civil. Segundo o presidente-executivo da entidade, o médico psiquiatra e professor da Faculdade de Medicina da USP, Arthur Guerra de Andrade, entre as iniciativas que poderiam evitar o crescimento alarmante de tais estatísticas está, por exemplo, o aperfeiçoamento da legislação, tornando obrigatório o teste do bafômetro e a coleta de sangue dos motoristas envolvidos em acidentes. Isso transferiria o ônus da prova para o condutor suspeito de estar alcoolizado, o qual, por sua vez, teria no teste uma opção de defesa. Outra mudança importante refere-se à necessidade de implementar uma fiscalização eficaz e permanente por parte das autoridades competentes. A certeza da impunidade e a cultura de não-cumprimento das leis só aumentam a imprudência dos motoristas, em especial dos mais jovens, que insistem em dirigir mesmo sabendo dos riscos que correm quando têm suas habilidades prejudicadas pelo efeito do álcool. É necessária, segundo o CISA, a punição exemplar dos infratores, associada à conscientização social por meio de ações sistemáticas relacionadas à educação do motorista, onde a imprensa e os fabricantes de bebidas alcoólicas teriam papel fundamental. Por fim, o Centro de Informações sobre Saúde e Álcool também considera importante a criação de uma entidade responsável por estudos e propostas técnico/políticas que proporcionem embasamento conceitual e metodológico a respeito da oferta e consumo de álcool.
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