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Esportes e Lazer
10/03/2012 - 11h04
Tupi é o novo símbolo do rugby brasileiro
Andressa Rufino e Flavio Perez
 
Divulgação 

Após eleição popular, o rugby brasileiro ganhou um novo símbolo: o Tupi. A disputa teve quase 10 mil votos e a mascote, desenvolvida pela agência Shark&Lion, venceu com 47,16% de preferência (4.387 votos).

"A escolha popular ratificou as raízes do povo brasileiro. O Tupi representa a essência de nosso país, remetendo a garra, perseverança, lealdade e espírito de equipe. Agora, as nossas seleções estarão prontas para enfrentar e derrotar qualquer adversário", diz Sami Arap, presidente da Confederação Brasileira de Rugby (CBRu).

"Falar do Tupi é falar de um personagem característico de nossa cultura, que é marcado pela virtude, capacidade de escolha e coragem. Tentamos traduzir esses elementos no semblante de uma figura comum, porém forte e decidida, contemplando o futuro. Retrato fiel de nosso momento no esporte", comentou Gesner Filoso, autor do design.

A eleição teve mais duas opções. A Sucuri, que terminou a votação com 34,76% (3.233 votos) de preferência, e a Arara com 18,08% (1.682 votos). Os dois designs que ficaram atrás da votação eram da agência Talent.

Para a Confederação Brasileira de Rugby (CBRU), a escolha ajudará tanto no relacionamento com a torcida e fãs do esporte, como também traz mais opções para trabalhar a identidade da marca com licenciamentos, confecções, entre outras propriedades da entidade nacional.

A escolha do símbolo teve início em outubro de 2010, com o envio de sugestões por e-mail. Foram mais de 200 ideias e a Confederação escolheu as que mais se aproximavam dos valores do rugby. As agências Talent e Shark&Lion transformaram os conceitos aprovados em imagens e na semana passada foram apresentados os três finalistas.

Durante o processo de desenvolvimento do Tupi, procurou-se marcas que criassem um símbolo único sem recorrer aos elementos cotidianos. O caminho estratégico é mesmo seguido, por exemplo, pela Rosa da União Inglesa de Rugby.

"Alcançar quase 50% dos votos nesse processo demonstrou que escolhemos um bom caminho. Como outros grandes símbolos do rugby e do esporte, estamos convictos de que este também evoluirá e poderá sofrer adaptações no futuro, acompanhando o crescimento vertiginoso do rugby brasileiro. No entanto, o mais importante para a Shark&Lion foi fazer parte desse momento histórico reforçando nosso compromisso com a CBRu e com o desenvolvimento do esporte amador no país", conclui Gesner.

O símbolo do Tupi será apresentado oficialmente no Rio Sevens - Campeonato Sul-Americano de Rugby Sevens, que será realizado neste fim de semana (10 e 11), no Estádio da Gávea, zona sul da capital fluminense, e deve ser utilizado pela primeira vez na camisa da seleção no Sul-Americano de XV, em maio. O vencedor da sugestão, Victor Ramalho, será presenteado pela CBRu com uma viagem, com todas as despesas pagas, para o Rio Sevens.

Rugby brasileiro é notícia na BBC - A introdução do rugby nas comunidades pacificadas do Rio de Janeiro foi mostrada nesta semana, em reportagem da rede BBC, da Inglaterra. Na matéria "Rio favela’s unlikely rugby-playing stars" (Favela do Rio tem estrelas improváveis do rugby, em tradução aproximada), os ingleses contam a história dos irmãos Paixão, Max, Marcos, Maxwiliam e Maicon, moradores da comunidade de Cantagalo, em Copacabana, que praticam a modalidade no Rio Rugby.

"A primeira vez que vi o rugby notei que era um esporte de contato, mas pensei que fosse algo só para garotas. Porém, quanto peguei a bola, comecei a correr, driblar e aprendi a passar corretamente para trás, vi que era uma modalidade diferenciada", comenta Max.

A matéria mostra, inclusive, como o esporte ajudou a afastar o quarteto da violência. "Há alguns anos, um primo nosso que era traficante foi morto. Eu queria vingança. Mas passei a praticar esportes, primeiro surfe e jiu-jitsu, depois o rugby, e agora meu modo de pensar mudou. O esporte te leva para o bem, não para o mal", completa Max.

O sonho dos irmãos, e dos representantes do Rio Rugby, é ver um representante do projeto social no Cantagalo nos Jogos de 2016. Até agora, quem chegou mais perto foi Marcos Paixão, o Careca, que já defendeu a seleção brasileira.

Hoje, o rugby no Brasil tem mais de 100 mil seguidores e 115 clubes. Algumas das metas da CBRu são transformar o esporte na segunda modalidade do País e fazer do Brasil um "Tier 1", uma das 10 melhores seleções do mundo segundo o IRB (entidade máxima do rugby mundial).

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