Que as mulheres estão se destacando cada vez mais na vida profissional todos já estão cansados de saber. E no meio esportivo, alguém pensou? Provavelmente não, pelo menos em um primeiro momento. Quando o assunto é dinheiro, porém, elas já estão bem adiantadas. Em 2010, a famosa lista Celebrity 100 da Forbes, também encabeçada por duas mulheres, Oprah e Beyoncé, contou com a presença de 16 esportistas e entre eles haviam três mulheres: Serena Willians; sua irmã Venus; e a tenista Maria Sharapova. Sharapova, aliás, só para citar algumas fontes de receita, recebeu US$ 8,9 milhões pelos circuitos de tênis em 2010. No início do ano, ela renovou o contrato com a Nike no valor de US$ 70 milhões. O acordo é válido por oito anos, o que significa que Sharapova receberá US$ 9 milhões anuais da empresa. No momento, isso faz da russa a atleta mais bem paga do mundo. Ela conta ainda com os patrocínios da Clear, Cole Haan, Evian, Head, Sony Ericsson, Tifanny & Co. e Tag Heuer. Sim, os altos contratos chegaram às mãos femininas. Para aquelas que historicamente administram o lar, não há problema algum. Muitos podem afirmar que a beleza da tenista ajudou em determinados acordos. Mas, estética faz parte do cotidiano das mulheres e do ideal social. Aliás, como é corriqueiro falar sobre as belas do esporte, por que não levantar o tema? O tênis, nesse aspecto, segue se destacando. O tablóide inglês The Sun colocou Sharapova em primeiro lugar na lista das 10 mulheres mais bonitas do esporte - a tenista sérvia Ana Ivanovic em 7º lugar. Agora, quando se fala em beleza coletiva, o vôlei brasileiro é imbatível. Tanto na Superliga nacional como na seleção, citar nomes não é difícil: Leila, Virna, Fernanda Venturini, Jaqueline, Paula Pequeno, Sheilla e muitas outras dos dias de hoje. Todavia, o reconhecimento das meninas vem, também, e, principalmente, pelas vitórias que ajudaram o vôlei brasileiro a ser referência mundial. Na última década, elas conquistaram cinco Gran Prix (o que fez do Brasil o maior vencedor do torneio com oito títulos), quatro campeonatos Sul-Americanos, duas medalhas olímpicas (ouro e bronze), outros nove campeonatos internacionais e seis vice-campeonatos. Inclusive nas categorias de base, o Brasil é o maior vencedor dos campeonatos mundiais sub-20 e sub-18. E para que não se diga que a bom rendimento fica só nas quadras, na areia Jaqueline e Sandra fizeram história sendo as primeiras mulheres brasileiras a conquistarem uma medalha de ouro olímpica em 100 anos deste megaevento esportivo. Em alta performance, as brasileiras ainda têm muito para se gabar. No país do futebol e do rei Pelé, agora quem dá a bola é Marta. Até o momento, aos 25 anos, ela já ganhou cinco prêmios de melhor jogadora do mundo pela FIFA e conquistou oito títulos pelos clubes em que atuou. Sua destreza, velocidade, controle de bola e inteligência dentro de campo impressionam os jogadores mais experientes. Quem foi que disse que futebol não é pra mocinhas? Outras marcas importantes ficam por conta de esportes menos expressivos. Maurren Maggi é recordista brasileira e sul-americana do salto em distância, bicampeã pan-americana e ouro olímpico na mesma prova. A judoca Ketleyn Quadros, bronze em Pequim, conquistou a primeira medalha individual de uma atleta brasileira em toda a história das Olimpíadas, além, claro, de ser a primeira mulher do país a subir ao pódio no judô. Em 2010, a surfista carioca Maya Gabeira tornou-se tetracampeã do Prêmio XXL, um dos mais importantes do mundo. Enfim, essas são algumas das mulheres em evidência no cenário esportivo atual. Elas certamente tiveram como modelo figuras como Maria Esther Bueno, Maria Lenk, Hortência etc. E todas têm em comum a dupla superação. Além de ultrapassar os limites do corpo e alcançar as glórias, elas não deixam de ser boas mães, filhas, irmãs, esposas e demais papéis sociais que reconhecemos e nos identificamos. Nota do Editor: Andressa Rufino é consultora da Trevisan Gestão do Esporte e autora do livro “Arena Multiuso: um novo campo nos negócios”. E-mail: andressa.rufino@trevisan.edu.br.
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