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Comportamento
25/11/2004 - 06h08
Mulheres se mobilizam contra a violência
 
 

Em Mato Grosso, as organizações femininas de todos os segmentos têm unido forças através do Fórum de Mulheres. No dia 25 de novembro, de forma articulada, elas estarão mobilizadas para manifestar-se publicamente pela não violência de gênero, na capital, Cuiabá. A mobilização começará a partir das 7h30 na avenida Mato Grosso, estando prevista logo em seguida uma passeata até a praça Alencastro, onde diversas manifestações públicas ocorrerão até as 16h. No final da tarde, está programada audiência com o governador Blairo Maggi, para entrega de documento reivindicatório.

Desde 1999, o dia 25 de novembro, por designação das Nações Unidas, foi oficializado como "Dia Internacional pela Eliminação da Violência Contra a Mulher". Vale destacar que antes da ONU ter tomado esta iniciativa, o dia já vinha sendo trabalhado por movimentos de mulheres, tendo como ponto de origem o 1° Encontro Feminista Latino-Americano e do Caribe, em 1981.

Define-se violência contra a mulher, que atualmente tem sido chamada de "violência de gênero", como todo e qualquer ato embasado em uma situação de gênero, na vida pública ou privada, que tenha como resultado dano de natureza física, sexual ou psicológica, incluindo ameaças, coerção ou a privação arbitrária da liberdade.

Vários países têm implementado políticas públicas para o enfrentamento da questão. Neste ano, a I Conferência Nacional de Políticas para as Mulheres, realizada em Brasília, foi um marco neste sentido. O Brasil, já vem há alguns anos, tentando minimizar o problema por meio da criação de delegacias de defesa da mulher, casas de apoio, casas abrigo, centros de orientação social, jurídica e psicológica, além de campanhas de informação sobre direitos e recursos existentes. Inclusive assinou e ratificou as Declarações e Plataformas de Ação, em várias conferências internacionais.

A falta de dados que refletem a realidade da violência, principalmente contra a mulher, dificulta traçar um retrato completo deste problema. Num seminário que aconteceu recentemente em Mato Grosso, promovido pela Secretaria Estadual de Saúde, com apoio de diversas organizações governamentais e não governamentais, ficou claro que a questão da violência exercida contra a mulher exige um tratamento particularizado e especial. Informou-se neste evento que segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE, o Estado de Mato Grosso possui o terceiro maior índice de mortes violentas provocadas entre mulheres de 15 a 24 anos de idade. As causas vão desde acidentes até homicídios. Na oportunidade a Delegacia Especializada de Defesa da Mulher, revelou um levantamento atualizado em que foram registrados 1.605 casos de violência. Foram abertos 94 inquéritos, destes, 75 são casos de crimes contra o costume (estupro). No ano de 2003, a delegacia registrou 2.019 boletins de ocorrências entre todos os casos de violência contra a mulher. Ocorre, porém que nem todas as vítimas denunciam seus agressores.

No Brasil um grande número de mulheres vive em situação de violência física e psicológica (63% das mulheres brasileiras já sofreu algum tipo de violência) e, especialmente, a violência doméstica (75% dos casos de violência contra as mulheres e crianças acontecem no âmbito familiar). A casa, espaço da família, antes considerada lugar de proteção passa a ser um local de risco para as mulheres e crianças. O alto índice de conflitos doméstico já destruiu o mito do "lar, doce lar". As expressões mais terríveis da violência contra a mulher estão situadas na casa que já foi o espaço de maior proteção e abrigo.

São Paulo, o estado mais populoso do Brasil, conseguiu um levantamento interessante de caos de violência de gênero. Através da Comissão da Mulher Advogada da OAB/SP, levantaram-se e se tabularam dados oriundos de registros de ocorrências realizados no período de janeiro a maio deste ano nas 126 Delegacias de Defesa da Mulher, sendo nove na capital e 117 no interior. Para se ter uma idéia da gravidade do problema, na capital paulista foram registrados 21.888 casos de violência específica contra o sexo feminino. E todas as cidades tiveram a soma de 132 mil ocorrências neste sentido.

O movimento pela não violência contra a mulher em Cuiabá terá no dia 25 de novembro o seu ponto alto, mas antes desta data e após a mesma, ocorrerão outras ações, a exemplo de audiência pública na Assembléia Legislativa e palestras em diversos bairros da capital, priorizando-se as áreas periféricas, onde as mulheres têm menos acesso às informações e orientações de como proceder em caso de sofrerem algum tipo de violência.

Alguns exemplos de violência contra a mulher

Violência sexual
· Relações sexuais forçadas ou que não lhe agradam;
· Críticas ao desempenho sexual da mulher;
· Gestos e atitudes obscenas;
· Estupro e assédio sexual.

Violência física e emocional
· Sofrer agressões físicas, inclusive, deixando marcas, como hematomas, cortes, arranhões, manchas, fraturas;
· Sofrer humilhações e ameaças diante de filhos e filhas;
· Ser impedida de sair para o trabalho ou para outros lugares, e trancada em casa.

Violência psicológica
· Ignorar a existência da mulher e criticá-la, inclusive, através de ironias e piadas sexistas/machistas;
· Humilhação e desonra, inclusive, na frente de outras pessoas;
· Desrespeito pelo trabalho da mulher em casa.

Violência religiosa
· Considerar as mulheres como inferiores e justificar isso usando a Bíblia ou tradição religiosa;
· Usar as cerimônias matrimoniais para afirmar a supremacia masculina e a submissão das mulheres;
· Fazer uso de textos bíblicos específicos para desqualificar ou impedir a participação religiosa plena, negando às mulheres a potencialidade e participação no discipulado de Jesus;
· Ser induzida a silenciar sobre a situação de violência e não receber acompanhamento pastoral adequado em situações de violência.

Violência social
· Salários diferenciados para o mesmo cargo;
· Exigência de boa aparência;
· Assédio sexual;
· Exigência de atestado de laqueadura ou exame de gravidez;
· Expor e usar o corpo da mulher como objeto nos meios de comunicação.

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