Principais clubes do país disputam competição por equipes em dois finais de semana. Estrelas do São Caetano lutam pelo bi-campeonato.
O II Grand Prix Nacional de Judô reúne, no final de semana (27-28/11), em Porto Alegre (RS), seis dos mais importantes clubes de judô do Brasil. Barueri (SP), Gama Filho (RJ), Petrópolis (RJ), Pinheiros (SP), São Caetano (SP) e Sogipa (RS) disputam o scudetto da principal competição do país, repleta de judocas consagrados e jovens talentos. Na primeira edição da competição, em 2003, se as estrelas do São Caetano (Henrique Guimarães, Luiz Camilo, Tiago Camilo, Carlos Honorato, Flávio Honorato, Mario Sabino, entre outros) conquistaram o título, o medalhista olímpico Leandro Guilheiro assombrou a todos com seus 100% de aproveitamento e uma série de 13 lutas invicto que lhe rendeu o troféu de atleta mais técnico. Os confrontos da primeira fase acontecem em dois dias no ginásio da Sogipa, em Porto Alegre, no sistema de todos contra todos, sempre a partir das 9h. Os clubes se enfrentam em cinco categorias de peso (até 66kg, 73kg, 81kg, 90kg e acima de 90kg). Vence a série aquele que ganhar mais combates. Estão classificados para a semifinal, no dia 4/12, os quatro clubes mais bem colocados, que lutam o 1º x 4º e 2º x 3º. Os vencedores da semifinal fazem a final no dia 5/12 e os perdedores disputam o bronze na mesma data. A etapa decisiva com semifinal e final será disputada na casa do clube mais bem classificado na primeira fase. Serão premiados ainda o atleta mais técnico e o ippon mais rápido (em 2003 foi Diego Barreto, do São Paulo, aos 9 segundos). "Ficamos satisfeitos por poder cumprir integralmente o calendário proposto para 2004. O Grand Prix é um evento importante, prestigiando o clube, que é quem investe na base e mantém os atletas. Neste ano, as disputas serão concentradas para se adequar à realidade financeira dos participantes e também por ser final de temporada", comenta o coordenador técnico nacional da Confederação Brasileira de Judô, João Rocha, agradecendo o apoio de clubes e federações para a realização da competição. Mario Tsutsui, técnico do São Caetano, confia em seus atletas para conquistar o bi-campeonato de uma competição que ele considera "importante e diferente". "O Grand Prix é uma competição importante no nosso calendário. O judô brasileiro precisava de uma competição de alto nível como esta. O grande barato do GP é competir contra equipes de outros estados, isso sem falar da rivalidade, que mexe com todo o grupo", diz o treinador do Azulão que verá sua equipe entrar em ação com o scudetto de 2003 bordado no quimono. O Pinheiros, que conta com a força de judocas tarimbados como Daniel Hernandes, Alexander Guedes, Leandro Cunha e Denílson Lourenço, promete fazer de tudo para estragar a festa do São Caetano. Sem o Grand Prix Paulista em 2004, o Grand Prix Nacional aparece como oportunidade de confrontar duas das maiores forças do judô brasileiro. "Vejo o GP como uma competição de grande quilate e que tem força para revelar bons atletas. Estamos trabalhando muito forte e vamos partir para lutar pela primeira colocação em Porto Alegre. O objetivo é sair de lá com a liderança", afirma João Gonçalves, técnico do Pinheiros. Aproveitando a chance de lutar em casa na primeira fase, os gaúchos da Sogipa querem repetir o bom desempenho de 2003, quando chegaram à final. Além dos destaques João Derly e Moacir Mendes Jr, a Sogipa conta com reforços para a temporada. E o técnico Kiko Pereira comemora a realização da competição. "O Grand Prix é o grande produto do judô brasileiro. É um evento que aproxima o judô dos outros esportes que possuem uma liga anual, como o basquete e futsal por exemplo. A equipe está bastante motivada, trouxemos dois reforços (Joseph Guilherme e Alex Aguiar) e conseguimos manter o patrocinador", revela Kiko, contando com o fator "tatame". "Nossa estratégia é aproveitar ao máximo fato de lutar em casa. Aqui, temos a "Bombonera" do judô brasileiro", compara o técnico gaúcho, citando o estádio de futebol do Boca Juniors, da Argentina. Em 2003, a Sogipa ganhou o título de melhor do Grand Prix. Ao lado de Barueri e Gama Filho, a equipe estreante do Petrópolis também briga por uma vaga na fase semifinal. O técnico Carlos Henrique Freitas, porém, sabe que os frutos devem ser colhidos na edição de 2005 do Grand Prix. "O Grand Prix é a chance dos atletas de alto nível do Brasil estarem em contato. O Petrópolis tem apenas dois anos, mas acreditamos no nosso potencial e por isso já estamos trabalhando para o GP de 2005", diz o treinador do time serrano.
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