Nada mais natural para um ser humano do sexo masculino que acentuar seus sentimentos e ceder às lagrimas diante de episódios como o nascimento de um filho, a aprovação no vestibular ou a aquisição do primeiro carro, sem mencionar o gol decisivo do campeonato do time que torce. Mas esses são um dos poucos momentos em que o homem se deixa levar pelas emoções e demonstra seus sentimentos. Estou convencida de que a raiz dos problemas da humanidade está nas emoções mal resolvidas; desde 1994 me propus a estudar, aprender e escrever sobre este assunto tão importante e menosprezado pelo nosso sistema social. A grande maioria dos homens (e mulheres) não entende nem a terça parte das influências benéficas e maléficas de emoções acumuladas durante anos, que ainda não foram liberadas para que a vida seja mais saudável. E o homem, particularmente, é vítima de uma crença criada desde a sua infância pela sociedade de que ele, infelizmente, tem que controlar suas emoções ao máximo. E eu digo: “Chega dessa história de que homem que é homem não chora!”, expressão passada de geração em geração que contamina o homem desde que ele é menino. O homem precisa vencer seus bloqueios emocionais e manifestar o que realmente sente, mas não sabe como fazê-lo. Há alguns anos atrás, entrei em contato com vários jornais e revistas para doar meus artigos sobre este assunto, mas as respostas eram sempre “isso interessa mais às mulheres do que aos homens”. Não acredito. Para mim o homem, simplesmente por ter aprendido a ser um “ator” de suas próprias emoções, procura se esquivar do assunto para não lidar com algo tão sensível e mostrar suas fraquezas emocionais. Afinal, “isso é coisa de mulher...” pensa a maioria erroneamente. Ainda existe este preconceito e estou disposta a arregaçar minhas mangas e propor que a educação emocional seja ministrada em faculdades, seminários, palestras e até mesmo nas escolas de ensino médio (já finalizei uma proposta sobre isso, quem tiver interesse me deixe saber). A gente aprende tanta coisa, por que não aprender sobre o mundo dentro de nós? Durante anos venho percebendo que os homens em geral temem chegar numa roda de amigos e falar de sentimentos, pois correm o risco de serem tachados de homossexuais. Além disso, ainda existe a crença de que ser um verdadeiro macho significa ser infiel, ter várias mulheres. Será que a traição faz o homem ser macho de verdade? Qual a sua opinião? Há também os homens que deixaram de ser românticos por acharem que atitudes assim não deveriam existir nos tempos modernos e que isso pode ser sinal de fraqueza. Nada pode ser mais irreal! Claro que também há mulheres agressivas em seus relacionamentos, por causa da falta de seus pais em casa, que arranjaram amantes fora do casamento, o que acarretou nessas filhas mágoa e desconfiança em relação aos homens, para o resto da vida. Mas isso não quer dizer que essas mulheres não apreciem o homem romântico. Se o homem agir romanticamente com a mulher certa, ela lhe dará carinho, apreciação e romance em troca. Caso continue fingindo que não gosta dessas coisas, a mulher com quem ele se relacionar será também uma atriz e o relacionamento vai ser um teatro somente. É isso que o homem quer? Alguém que não o aprecie? Toda essa repressão dos sentimentos faz o homem sofrer em segredo. Por ter que se enquadrar no modelo preestabelecido pela sociedade onde vive, ele não deixa transparecer suas emoções, como geralmente faz a mulher. O homem pode ser obrigado, pela crença que o acompanha desde a infância, a falar sobre a bolsa de valores e jogo do futebol para ser respeitado pelos amigos e outros homens com os quais convive. Tenho a esperança de que esse pré-conceito tão nocivo à sociedade acabe de uma vez. A coragem de sentir e não ter vergonha dos sentimentos, expressando as emoções livremente, sem negatividade, é a melhor medicina para uma vida equilibrada fisicamente, mentalmente e espiritualmente. Espero que o leitor deste artigo pense no assunto com muito carinho, para seu próprio bem. Li que nos Estados Unidos as estatísticas de homens morrendo de ataque cardíaco na faixa de 30 a 50 anos são muito maiores que as de mulheres sofrendo do mesmo mal. Coincidência? Talvez, mas afirmo que após ter lidado com o desbloqueio de minhas próprias emoções tudo mudou para melhor, assim como a de centenas de clientes meus do sexo masculino, portanto escrevo com experiência no assunto. Sugiro aos homens que não se deixem levar pela falsa impressão de que “macho” não chora. Nada é mais corajoso em um homem “real” (não estou falando dos super-heróis de filmes e jogos virtuais) do que aliviar as emoções que afloram no dia-a-dia. É saudável, é esperto e é positivo em todos os sentidos. Nota do Editor: Lygya Maya é coach (treinadora), sendo a única profissional no mundo que combina as técnicas de coaching americano com poderes intuitivos para o sucesso do desenvolvimento humano. Sua carreira de mais de 15 anos inclui sessões individuais, seminários e palestras. Foi coach e palestrante da companhia de Anthony Robbins nos EUA, onde viveu por 29 anos ajudando milhares de pessoas a desenvolver ao máximo sua capacidade profissional e pessoal. Já foi mencionada no jornal The New York Times, revista Vanity Fair, TV Fox News, CBS, NBC e PBS e é autora do livro virtual Ame as Emoções que Você Odeia (2008), traduzido para português e adquirido somente no site www.lygyamaya.com.br.
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