Recentemente, durante uma conversa com alguns amigos e colaboradores envolvidos em ações de cunho social, conversávamos sobre as mazelas deste mundo e as belezas que a humanidade deixa de usufruir por medo, preconceito ou egoísmo – e, por que não, egocentrismo. A conclusão utópica e minimalista a qual chegamos nesse dia é que bastaria que as pessoas tivessem senso para que o mundo fosse diferente do que é. A violência deixaria de ser gratuita, a corrupção não faria o menor sentido e a ganância daria lugar à solidariedade. Drogas teriam somente o objetivo de cura e o meio ambienta agradeceria a não cegueira de seus habitantes. Tudo isso somente com o desejado bom senso das pessoas. As mais de 350 mil ONGs brasileiras e as quase 5 milhões de organizações que militam em prol de alguma benesse social, ambiental ou cultural teriam seu trabalho facilitado e esforço minimizado se o ser humano fosse dotado de uma válvula limitadora chamada senso. Daí, o “bom senso” (que, ironicamente, está presente em diversos animais ditos irracionais) faria toda a diferença nas decisões tomadas pelos seres humanos a cada segundo. Muito simples seria se pudéssemos imputar, assim como um software que elimina vírus de nossos computadores, esse senso – o bom – em cada um dos 6 bilhões de habitantes da Terra. Dada a magnitude e impossibilidade de tal conjuntura como salvação do universo, resta uma semente: o bom senso pode ser dado às pessoas em doses homeopáticas. Como se sabe, a educação é a porta da sabedoria e, com ela, o senso crítico se estabelece a fim de limitar o que é certo e errado. Então, a conscientização da causa e efeito – em qualquer aspecto e área estudada – traz esse efeito imaterial, chamado popularmente de “bom senso”. Como premissa de organização e melhoria social, toda e qualquer atividade do Terceiro Setor deve desenvolver ou ampliar programas de conscientização dentro da área em que a organização atua. Já que prevenir é melhor que remediar, conscientizar é dar luz ao bom senso. Nota do Editor: Marcio Zeppelini é consultor em responsabilidade social e comunicação e marketing para o Terceiro Setor. É graduado em produção editorial pela Universidade Anhembi Morumbi, é diretor executivo da Zeppelini Editorial & Comunicação e editor da Revista Filantropia.
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